No próximo dia 20 de novembro será celebrado o Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra, data que remete ao marco da morte do líder do Quilombo dos Palmares pela resistência do povo negro contra a escravização negra no país. Pela primeira vez, a data será também um feriado nacional, instituído pela Lei 14.759/2023.
No próximo dia 20 de novembro será celebrado o Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra, data que remete ao marco da morte do líder do Quilombo dos Palmares pela resistência do povo negro contra a escravização negra no país. Pela primeira vez, a data será também um feriado nacional, instituído pela Lei 14.759/2023.
A data traz à tona uma série de reflexões sobre o racismo estrutural e estruturante na sociedade brasileira. Entre as profundas desigualdades, está a ocupação dos negros no mercado de trabalho, a remuneração e as oportunidades. “Apesar de termos 57% de negros e negras na população brasileira, o sistema financeiro é racista e expressa isso em seus números, ao ter somente 23,6% da categoria bancária de negras e negros”, afirma o presidente do Sindicato, Fabiano Moura.
O salário dos trabalhadores negros e negras é em média 25% menor que o dos não negros. A dirigente sindical e membro do coletivo de combate ao racismo da CUT Pernambuco, Eleonora Costa, ressalta que “a discriminação é ainda mais aguda contra a mulher negra, que ganha em média 40,6% do salário de um bancário não negro”. Na categoria bancária, as negras e os negros autodeclarados somam apenas 110 mil trabalhadores, e destes, 11,4% são mulheres.
Enquanto a média salarial das mulheres da categoria em 2021 era de R$ 8.812,11, a das mulheres pretas era de R$ 7.023,55. Nos cargos de liderança, o recorte de raça e gênero mostra uma realidade ainda mais absurda: brancos representavam, em 2021, 75,5% dos cargos, contra 20,3% da população preta e parda nessas posições. As mulheres pretas e pardas são apenas 8,8% desse universo.