
Bancos voltam à mesa desvalorizando a categoria, e continuam querendo impor perda salarial com proposta de 90% do INPC. Comando rejeita e diz que sem aumento real não fecha. Nesta terça-feira (27), o Comando Nacional dos Bancários e a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) chegaram à 9ª rodada de negociações para renovação da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT). Os bancos pediram uma pausa e a negociação continua no dia de hoje.
“O setor financeiro representa o lado mais obscuro da economia. Vivem às custas dos setores produtivos, dos títulos públicos, espoliam o estado brasileiro e não cumprem o papel que deveriam cumprir, enquanto setor de serviço. O que interessa aos bancos é, às custas da exploração dos trabalhadores, atuarem apenas como setor de negócio. Seja qual for a política econômica no país, os bancos sempre lucram, sempre ganham com o esforço dos outros setores produtivos, com o endividamento da população e a exploração dos bancários e bancárias. Essa proposta de reajuste abaixo da inflação é um desrespeito com os bancários”, critica o presidente do Sindicato dos Bancários de Pernambuco, Fabiano Moura, que acompanha a negociação em São Paulo.
Até o momento, os bancos não apresentaram proposta de aumento real na remuneração da categoria nas mesas de negociação, baseando-se em um discurso de falsa insegurança no mercado financeiro, argumento rebatido pelo Comando Nacional dos Bancários.
Dos quase 8.900 setores que já fizeram negociações salariais no país, neste ano, 86% tiveram aumento real e vários deles convivem com concorrência e possuem lucros e rentabilidade muito inferiores aos do setor bancário que apresenta os maiores lucros e rentabilidade.
Em paralelo aos encontros, a categoria segue se manifestando nas agências e departamentos bancários. Em Pernambuco, o Sindicato esteve ontem dialogando com funcionários do Banco do Brasil, no Edf. Capiba, e hoje, com os do Banco do Nordeste.