
O Sindicato dos Bancários de Pernambuco sediou, no dia 17 de agosto, a reunião da Federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro do Nordeste (Fetrafi/NE) e representantes da superintendência de relações sindicais do banco Itaú, para tratar de demandas importantes trazidas pelas bases filiadas nos estados de Pernambuco, Paraíba, Alagoas, Ceará, Piauí e Campina Grande, e pela Oposição Bancária do Maranhão.
O encontro, coordenado pelo secretário Geral da Fetrafi/NE, Lindonjhonson Almeida, debateu temas como segurança bancária, problemas operacionais, assédio institucional e adoecimento resultante de pressão por metas. O coletivo Itaú do Sindicato dos Bancários de Pernambuco participou das discussões com a presença de dirigentes liberados e de base.
“Uma das principais preocupações que levamos foi sobre a postura da Superintendência da região 65, que engloba Pernambuco, Paraíba e Ceará. Não aceitaremos uma gestão assediadora e que valoriza a cultura da produtividade pelo medo. Outro problema grave é a deformação do GERA por localidade, criando o chamado ‘gerinha’, que tem adoecido os funcionários do banco com metas abusivas”, afirma o representante do Nordeste na COE Itaú e dirigente do Sindicato dos Bancários de Pernambuco, João Rufino. O programa denominado Gera, que transforma metas mensais em semanais, tem gerado pressão e impactos negativos na saúde da categoria.

Com relação à saúde ocupacional, os dirigentes destacaram falhas no sistema de assistência da Porto Seguro, comprometendo a cobertura adequada para os bancários; deficiências no fornecimento de kits ergonômicos aos funcionários que passaram a utilizar notebooks, com a ausência de itens fundamentais como Apoio de Digitação, Apoio para Mouse / Mousepad e suporte de notebook com regulagem; ausência de técnicos da Porto Seguro nas agências, prejudicando o acompanhamento e orientação aos bancários sobre o uso correto dos Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) presentes nos kits ergonômicos, fundamentais para prevenir doenças relacionadas à má postura.
O problema da segurança bancária também foi pautado na reunião. De acordo com os representantes dos trabalhadores, o novo layout das baterias de caixas, que não têm a proteção necessária, expõem os bancários à violência, assim como a retirada de vigilantes das “agências de negócios” colocam a vida dos bancários e clientes em risco.
Quanto a problemas operacionais, foi discutida a necessidade de regulamentar o uso de celulares para atividades relacionadas ao trabalho, como na Operação Renegociação (Operação Reneg), considerando que o uso de telefone pessoal é inaceitável, sendo necessário que o banco disponibilize o equipamento para as atividades relacionadas ao trabalho.
O presidente do Sindicato dos Bancários de Pernambuco, Fabiano Moura, também esteve presente na agenda. Na ocasião, também abordou a preocupação com o adoecimento dos bancários e a prática de assédio. “Nos preocupa bastante as denúncias de rebaixamento de cargos de gerência de bancários afastados por doenças ao retornarem ao banco. Trabalhadores com mais de 30 anos de banco e mais de 20 anos de função estão sendo retaliados por um adoecimento gerado pelo próprio banco. É inadmissível essa prática”, afirma.
Após a apresentação e debate das demandas e preocupações pela Fetrafi/NE, o Itaú se comprometeu a analisar os requerimentos e fornecer uma resposta aos representantes o mais breve possível. A reunião reforça o compromisso da Fetrafi/NE e dos sindicatos filiados em buscar soluções eficazes para as questões enfrentadas pelos bancários, promovendo um ambiente de trabalho mais seguro e saudável.