Banco do Brasil frustra mesa de negociação sobre GDP e assédio

Na rodada de negociação entre a Comissão de Empresa dos Funcionários do BB (CEBB) e representantes do Banco do Brasil, realizada na última semana, sobre temas relacionados à GDP, assédio moral, assédio sexual e conflitos nos locais de trabalho, a devolutiva do banco causou frustração entre os presentes, com piora nos modelos de avaliação (GDP) e desempenho (Conexão).
Na avaliação dos representantes dos funcionários, a “cesta de pontuação” representa uma piora no novo modelo de GDP da empresa, pois os gestores não podem dar notas excepcionais (nota 5) pra todos os funcionários de uma determinada equipe, mesmo se toda a equipe ou Unidade alcançar um resultado excepcional. Além disso, houve um aumento do peso do gestor na avaliação dita 360º, em detrimento do peso da autoavaliação.
“Há uma confusão nas tentativas de melhoria do banco no que se refere ao relacionamento com os funcionários. A Ouvidoria Interna do BB apresentou possibilidade de melhora na apuração e condução dos processos, o que é bom, porém, para obter êxito necessita de uma parametrização em diversas NIs, ou do contrário se criará uma situação adversa. Com relação ao novo modelo de GDP, a ferramenta não permite o reconhecimento do trabalho e empenho de todos de forma equânime para nota excepcional, mas entende que notas baixas podem ser compartilhadas igualitariamente com todos da equipe”, critica a representante do Nordeste na CEBB, Sandra Trajano.
Esta seria uma forma de ranquear funcionários dentro da mesma equipe, onde alguns obtém notas menores e outros notas maiores, apesar do bom resultado da equipe, com impacto nos programas de gratificação e remuneração variável (PLR e PDG).  
“O banco segue numa lógica perversa de cobranças abusivas, desvirtuando uma ferramenta de aprimoramento para aumentar a competitividade entre os trabalhadores e criando um mecanismo que facilita descomissionamentos. O novo Conexão, por exemplo, para caixas e escriturários (agentes comerciais),  pode estimular o adoecimento pela concorrência exacerbada, assédio moral, e ranqueamento entre funcionários”, alerta o presidente do Sindicato dos Bancários de Pernambuco, Fabiano Moura.
O Banco do Brasil alega que está unificando sistemas com métricas distintas para acompanhamento dos resultados de maneira mais simplificada. Na prática, o banco está transformando ferramentas de aprimoramento e colaboração em algo que fortalece a individualização de metas e o excesso de competitividade.
“A CEBB pediu a revogação dessas duas medidas e cobrou do BB melhorias para essas ferramentas de gestão de pessoas, uma vez que as mudanças foram implementadas sem o devido diálogo com os representantes dos trabalhadores”, afirmou a dirigente Sandra Trajano. 
O banco recebeu as críticas e ficou de reavaliar o modelo. O BB afirmou que os descomissionamentos estão suspensos e permanecerão assim até a primeira quinzena de agosto.

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