Mesmo o Brasil registrando mais de 50.000 (cinquenta mil) mortos pelo
novo coronavírus, com mais de 4.000 (quatro mil) em Pernambuco, números que
crescem assustadoramente, a Caixa Econômica Federal, desde o dia 18 de junho, e
sem negociar com o movimento sindical, iniciou o processo de retomada às
atividades presenciais. Após denúncias, entidades representativas da categoria
estão constatando que foram convocados trabalhadores de todas as áreas do
banco, em todos os estados do País.

“O que parecia ser a convocação de empregados das áreas-meio, é uma
situação ainda pior. Estamos recebendo denúncias sobre retorno de todos os
setores do banco, mesmo sabendo que a situação dentro das agências bancárias
continua sendo de grande risco ao contágio pela Covid-19”, comenta a secretária
de Bancos Públicos do Sindicato e empregada da Caixa, Cândida Fernandes.

As vice-presidências da Caixa Econômica Federal têm informado, durante
reuniões virtuais, que a estimativa é que aproximadamente 30% dos empregados do
banco, independente da área, voltem a realizar suas funções de forma
presencial. Coordenadores e supervisores da Caixa já retomaram suas atividades
no dia 15 de junho.

A presidenta interina do Sindicato, Sandra Trajano, destaca que a falta
de negociação com as entidades que representam a categoria vai além da falta de
respeito.

“É inadmissível que a Caixa esteja agindo sem pensar nas graves
consequências que este retorno desordenado vai causar aos seus empregados. O
banco não procurou os sindicatos para negociar sobre este retorno, deixando bancárias
e bancários, seus familiares e clientes vulneráveis à contaminação. Precisamos
que esta situação continue sendo denunciada”, afirma Sandra.

Seguindo caminho contrário ao da maioria dos bancos públicos e privados,
referente à carga horária, a Caixa está utilizando o horário estendido, que
deveria ser exclusivo para pagamento do Auxílio Emergencial neste período de
pandemia, para que os empregados vendam produtos e batam suas metas, que estão
ainda mais abusivas, pressionando e deixando mais vulneráveis seus empregados.