
Em reunião realizada na segunda-feira (13) com o Comado Nacional dos Bancários, a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) apresentou um balanço das medidas já realizadas para o enfrentamento à pandemia causada pelo novo coronavírus que tinham sido reivindicadas pelo Comando, como colocar o maior número possível de bancários em home office e todas as medidas de proteção para quem está trabalhando.
“Nossa negociação começou um dia depois da OMS decretar a pandemia. Colocamos mais de 250 mil bancários em casa, em teletrabalho; conquistamos garantia de empregos e muitas medidas protetivas para os que estão trabalhando. Porém ainda estamos muito preocupados com aglomerações nas agências”, disse a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Juvandia Moreira, que é uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários.
O Comando reafirmou também a proposta de que somente sejam atendidos presencialmente os casos essenciais e de extrema necessidade, mesmo assim, sob agendamento prévio. “A superlotação das agências não acontece apenas em Pernambuco. Essa situação coloca em risco os bancários e a população. Na nossa avaliação, o agendamento prévio ajudaria bastante a reduzir a aglomeração de pessoas e, consequentemente, o risco de contaminação pelo novo coronavírus”, afirma Suzi Rodrigues, presidenta do Sindicato dos Bancários de Pernambuco.
Outra proposta do movimento sindical relacionada às aglomerações que será analisada pelos bancos é que seja acionado o poder público para conter as aglomerações. “Em Pernambuco, o Sindicato já solicitou as prefeituras uma parceria, no sentido de garantir o atendimento à população com apoio da Polícia Militar e Guardas Municipais para organização das filas nas áreas externas. Será imprescindível para garantir a segurança e saúde de todos”, destaca Suzi Rodrigues. Em não sendo atendido o pedido pelo poder público, a proposta do Comando é que os bancos contratem seguranças especificamente para passar orientações e organizar as filas externas.
Diante dos casos suspeitos de infecção pelo novo coronavírus e pelo fato da categoria ter atuação considerada essencial neste momento de pandemia, o Comando também cobrou que os bancos providenciem testes rápidos quando houver alguém com suspeita de Covid-19 em alguma unidade. O Comando também cobrou que os bancos padronizem os protocolos diante de casos suspeitos e confirmados do novo coronavírus. Atualmente, casa empresa tem adotado protocolo próprio.
Outras medidas em implantação
A pedido do Comando, alguns bancos estão implantando barreiras de acrílico nos pontos de atendimento, para evitar contato com os clientes. Os bancos que compõem a mesa de negociações também estão providenciando e enviando às unidades máscaras com proteção de acetato frontal aos funcionários.
Valorização da negociação coletiva
O Comando Nacional dos Bancários cobrou da Fenaban o respeito e a valorização da mesa de negociação coletiva. “Havíamos acertado que todas as ações a serem tomadas, seja pelos sindicatos, seja pelos bancos, seriam trazidas previamente à mesa de negociações. Somente se não houvesse outro acerto na mesa é que as medidas seriam implementadas”, disse Juvandia. “Mas, tem banco colocando em prática pontos da medida provisória 927, a exemplo de férias, sem que houvesse negociação”, cobrou.
As medidas provisórias editadas pelo governo afrouxam as regras para o trabalho remoto, banco de horas, férias individuais e coletivas, redução de jornada e suspensão de contratos e possibilita que estes mecanismos sejam implementados sem negociação com os sindicatos.