Empregados da Caixa repudiam declarações de Paulo Guedes e denunciam privatização

A
Federação Nacional das Associações de Pessoal da Caixa (Fenae)
divulgou nesta segunda-feira (7) uma nota em repúdio às declarações
de Paulo Guedes, ministro da economia do governo Bolsonaro (PSL).
Pela manhã, durante a posse dos novos presidentes da Caixa Econômica
Federal, do Banco do Brasil e do Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social (BNDES), Guedes afirmou que a Caixa “foi
vítima de saques, fraudes e assaltos aos recursos públicos”.

Segundo
a Fenae, “o que se busca claramente hoje é macular a imagem da
Caixa, a fim de obter o apoio necessário à onda de privatizações
que se aproxima”.

Em entrevista ao Brasil
de Fato
,
o coordenador-geral da Fenae, Jair Pedro Ferreira, questionou a
eficácia da estratégia de privatização, que está no horizonte do
governo Bolsonaro. “A ‘iniciativa privada’ é conversa mole.
Porque a Caixa, com todos os ataques que ela vem sofrendo, vai dar 2
bilhões de lucro. A privatização pra gente, trabalhadores e
trabalhadoras, pessoas que carecem, que precisam de incentivos, de
renda, emprego, seria um grande prejuízo, e nós não podemos
permitir esse retrocesso”.

A
Caixa Econômica Federal é a maior operadora de programas como
Bolsa Família, PIS, Minha Casa Minha Vida e FGTS. 

Confira, na
íntegra
,
a nota da Fenae:


“A
Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica
Federal (Fenae) repudia as declarações do presidente da República,
Jair Bolsonaro, e do ministro da Economia, Paulo Guedes, nesta
segunda-feira (7), durante a posse dos presidentes da Caixa Econômica
Federal, do Banco do Brasil e do BNDES. Ambos desrespeitaram os
empregados da Caixa, da ativa e aposentados, e a instituição, que
vai completar 158 anos no dia 12 de janeiro.

Em
sua fala no Palácio do Planalto, Guedes afirmou que a Caixa “foi
vítima de saques, fraudes e assaltos aos recursos públicos, como
vai ficar óbvio logo a frente, a medida que, como diz o presidente,
essas caixas
pretas
forem examinadas”. Já Bolsonaro, ao destacar a quantidade de
presentes, disse: “o evento está bem concorrido porque são os
homens do dinheiro que estão aqui. Só que, dessa vez, é o dinheiro
do bem”.

Mas,
ao que exatamente se referem o presidente e o ministro? Sem dar
detalhes sobre esse tipo de denúncia, o que eles fazem é colocar
sob suspeição a atuação do banco e, claro, todo o quadro de
pessoal. Se o dinheiro agora é “do bem”, antes era do “do
mal”? Bolsonaro também declarou que a transparência estará acima
de tudo em seu governo. Até o momento, porém, não conseguiram ser
transparentes nem mesmo nos discursos.

O
que se busca claramente hoje é macular a imagem da Caixa, a fim de
obter o apoio necessário à onda de privatizações que se aproxima.
O banco da habitação, do FGTS, das loterias, do saneamento, da
gestão de programas sociais, enfim, de todos os brasileiros, dever
ser fortalecido. Não pode ser enfraquecido e fatiado, como pretendem
Jair Bolsonaro, Paulo Guedes e o novo presidente da instituição,
Pedro Guimarães, em benefício do setor privado.

É
natural que uma gestão recém-chegada dê novos rumos à Caixa,
conforme as diretrizes que acredita serem corretas e necessárias. O
que não se pode permitir é que as medidas adotadas representem um
selo de ineficiência para uma empresa que contribui há mais de um
século e meio com o desenvolvimento econômico e social do país, e
tampouco para os milhares de trabalhadores que constroem a Caixa no
dia a dia, Brasil afora.

Acima
de tudo, a Caixa e seus milhares de empregados merecem respeito!”

 

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