O Sindicato dos
Bancários de Pernambuco uniu-se a mais de 30 entidades sindicais
nesta quinta-feira (22) para protestar contra a ameaça de extinção
do Ministério do Trabalho (MT) e contra a reforma da Previdência. A
mobilização nacional reforça a resistência e unidade da classe
trabalhadora diante da agenda de retrocessos anunciada pelo governo
federal eleito.
No Recife, a atividade realizou-se em frente
da Superintendência Regional do Trabalho, na Avenida Agamenon
Magalhães. Os dirigentes sindicais denunciaram o sucateamento do MT,
que já vem sofrendo com a redução de recursos, prejudicando a
fiscalização das empresas, o atendimento aos trabalhadores e, até
mesmo, a expedição da Carteira de Trabalho. Além da herança do
governo Temer, a existência do órgão foi ameaçada pelo presidente
eleito, Jair Bolsonaro.
“Primeiro implementaram a Lei da
Terceirização e a Reforma Trabalhista. Agora, esse governo de
direita, que ainda nem tomou posse, atua de forma orquestrada e quer
acabar com o Ministério do Trabalho, um órgão que tem como uma de
suas principais funções fiscalizar o mundo do trabalho, garantir os
nossos direitos e o emprego com condições de trabalho”, denuncia
o secretário de Administração do Sindicato, Geraldo Times.
Os
trabalhadores também retomaram a defesa do sistema de Seguridade
Social, lançando uma campanha permanente em defesa da Previdência
forte, pública, solidária e para todos. “Se a reforma da
Previdência for aprovada, ninguém mais vai ter a chance de se
aposentar, por exemplo. Se existe defasagem, temos que procurar quem
está provocando o rombo. Não serão os trabalhadores, aqueles que
ganham menos, que mais uma vez vão pagar a conta”, afirma a
dirigente da Federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro no
Nordeste (Fetrafi/NE), Tereza Souza.
Na ocasião, a criação
de uma nova carteira de trabalho (verde e amarela) sem direitos e o
perfil entreguista do governo, que pretende instituir uma Secretaria
de Privatizações, também foram criticados pelos representantes das
diversas categorias presentes.
Para o presidente da Central
Única dos Trabalhadores em Pernambuco (CUT-PE), Carlos Veras, a
privatização das empresas públicas é o foco principal do governo
eleito. “Esse governo quer entregar o patrimônio do povo
brasileiro ao capital especulativo norte-americano. Os bancos
públicos, por exemplo, significam juro mais barato, FGTS, programa
Minha Casa Minha Vida, incentivo à agricultura familiar etc. Os
bancos privados jamais terão programas sociais e linhas de crédito
que beneficiem os trabalhadores. Vamos ter que lutar e chamar a
população para essa luta, porque o que é público é nosso”,
conclui.