Bancários participam de Dia Nacional de paralisação no Recife

Neste Dia Nacional de Paralisação (10), cerca de cinco mil trabalhadores marcharam da Praça da Democracia, no bairro do Derby, rumo à Superintendência Regional do Trabalho e Emprego de Pernambuco, no Espinheiro, na Zona Norte do Recife. O Sindicato dos Bancários de Pernambuco participou do protesto, levantando as bandeiras de defesa dos bancos públicos e pela revogação da reforma trabalhista.
A categoria se concentrou em frente a agência da Caixa Econômica Federal – Ilha do Leite, onde realizou um ato público e dialogou com os usuários do banco sobre os nefastos impactos da privatização. Por volta das 10h, os bancários se uniram às demais entidades na Assembleia Geral da Classe Trabalhadora, convocada pelas centrais sindicais.
“Hoje, nós estamos dizendo ao governo golpista de Michel Temer que os trabalhadores vão resistir nas ruas. Vamos fazer luta. Estamos orientando os trabalhadores a não assinar nenhum documento que venha da empresa, porque eles podem estar assinando o seu atestado de óbito. Precisamos resistir. Os trabalhadores devem procurar os sindicatos para buscar informações. Vamos preparar uma grande Greve Geral contra esse desmonte do Estado brasileiro”, afirmou o presidente da Central Única dos Trabalhadores em Pernambuco (CUT-PE), Carlos Veras.
Os trabalhadores seguiram firmes, ao longo de 2,5 quilômetros, numa manhã de 29 graus. A presidenta do Sindicato, Suzineide Rodrigues, participou deste dia de luta empunhando as bandeiras de defesa dos bancos públicos e do emprego. “Estamos debatendo os impactos da reforma trabalhista, porque sabemos que a partir de amanhã (11) tudo pode acontecer. Com certeza, as empresas já estão se preparando para fazer valer todo o desmonte da CLT, com trabalho intermitente, sem discutir as férias, terceirizando indiscriminadamente. Estamos vivendo em um país onde os empresários podem tudo e os trabalhadores não podem nada. Mas, estamos firmes na luta porque acreditamos que os trabalhadores unidos são capazes de derrubar a reforma trabalhista e todos os outros golpes”, afirmou.
Empregados da Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil (BB) e Banco do Nordeste do Brasil (BNB) também aderiram à mobilização. A bancária e delegada Cândida Fernandes, da Caixa, destacou a importância da manutenção do banco 100% público. “A Caixa é o principal meio de efetivação das políticas públicas para todos os nichos da população, através de programas como o Minha Casa Minha Vida e o Bolsa Família, além de gerenciar o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Por isso, defender a Caixa é uma luta de todos”.
Para Edmar Matias, empregado do BB, é imprescindível que o Sindicato se mantenha na luta. “O que está sendo feito no Brasil é o desmonte das empresas públicas. Estão entregando o patrimônio do Brasil para a iniciativa privada. Precisamos defender o financiamento da habitação e da agricultura familiar, porque o capital privado não terá interesse de assumir o papel social que hoje cabe ao Banco do Brasil e aos demais bancos públicos”, avaliou.
Empregado do BNB do município de Araripina, Alberto Frederico fez questão de vir ao Recife participar da atividade política. “A reforma trabalhista vem para tirar direitos e instituir uma nova escravidão, porque é isso que irá acontecer se os trabalhadores não se mobilizarem. O BNB também tem sido alvo de ataques e nós tememos pela função social que este banco exerce na região. A privatização deste banco seria um golpe fatal para micro e pequenos produtores rurais”, ressaltou.
Impedidos pela Polícia Militar de entrar no Ministério do Trabalho, os manifestantes ocuparam as escarias do órgão. Nesse momento, o ato foi encerrado, com todos gritando as palavras de ordem: “trabalhador na rua, a luta continua” e “fora Temer!”.

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