
Redução do número de trabalhadores irá sobrecarregar ainda mais os empregados da Caixa
Começa hoje, o período de adesão ao novo Programa de Demissão Voluntária (PDV) da Caixa Econômica Federal, que pretende alcançar um público de até 10 mil empregados. A medida anunciada pela direção do banco na última segunda-feira (6), reforça a intenção do governo ilegítimo de Michel Temer de privatizar a Estatal. Os empregados terão até 20 de fevereiro para aderirem ao programa.
Estão aptos a participar do PDV empregados aposentados pelo INSS ou que podem se aposentar até 30 de junho deste ano; trabalhadores com no mínimo 15 anos de efetivo exercício de trabalho na empresa; ou com adicional de incorporação de função de confiança, cargo em comissão ou função gratificada até a data de desligamento (sem exigência de tempo mínimo de efetivo exercício na Caixa).
Atualmente, a Caixa possui 95 mil empregados, sendo que 30 mil já têm mais de 15 anos de casa. Aqueles que aderirem ao PDV, deverão efetivar o desligamento da empresa no período de 14 de fevereiro a 8 de março de 2017.
Com a medida, a Caixa segue o Banco do Brasil em um movimento para enxugar despesas com pessoal e aproximar sua estrutura administrativa do setor privado. “Esse plano ratifica o objetivo da direção da Caixa de comprimir a empresa a fim de prepará-la para a privatização. É acintosa a redução do número de empregados nas unidades nesse momento em que o governo libera contas inativas e consequentemente leva a população a buscar as agências que já encontram-se com a qualidade do atendimento saturada por conta do número reduzido de funcionários”, destaca a Secretária Geral do Sindicato dos Bancários de Pernambuco, Sandra Trajano.
Como incentivo financeiro para o desligamento, a Caixa está oferecendo 10 remunerações base do empregado, considerando data de referência 31 de janeiro deste ano. Em relação à assistência médica, o banco propõe a manutenção por tempo indeterminado do Saúde Caixa somente para os trabalhadores já aposentados pela Previdência Social ou que vão se aposentar até 30 de junho, e empregados admitidos já na condição de aposentados pelo INSS com o mínimo de 120 meses de contribuição para o Saúde Caixa. No entanto, para os empregados que atendem as demais exigências o plano será assegurado por apenas 24 meses.
O enxugamento do quadro funcional da Caixa irá precarizar ainda mais o atendimento à população, assim como às condições de trabalho dos empregados. “O momento já é de sobrecarga e adoecimento nas unidades de todo o país, o que vai piorar ainda mais com a redução do número de trabalhadores. É absurdo que a Caixa insista no argumento de que não precisa de mais empregados, como vem fazendo nos últimos anos, quando cerca de 5 mil colegas deixaram o banco nos programas de demissão. Vamos lutar para que essas e futuras vagas deixadas sejam repostas”, afirma Sandra.