Bancos cortaram 10 mil postos de trabalho dos bancários em 2015

A
crise econômica de 2015 passou bem longe dos bancos que operam no
país. Mas, mesmo assim, as instituições financeiras cortaram quase
10 mil empregos no ano passado. Segundo o Cadastro Geral de
Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho, os
bancos extinguiram 9.886 empregos dos bancários em 2015. Em
dezembro, o saldo no setor foi de 1.639 vagas a menos, e 69% dos
desligamentos foram por iniciativa das empresas.

Ao mesmo
tempo em que extinguem empregos, o que agrava a crise no país, as
instituições financeiras faturam alto. Apenas as seis maiores
empresas do setor (BB, Caixa, Itaú, Bradesco, Santander e HSBC)
tiveram, juntas, lucro líquido de R$ 56 bilhões de janeiro a
setembro de 2015 – o balanço anual desses bancos ainda não foi
divulgado. Para dar uma ideia, esse montante de R$ 56 bi representa
crescimento de 24% sobre o que eles lucraram no mesmo período de
2014.

Para a presidenta do Sindicato, Suzineide Rodrigues, as
demissões e fechamento de postos de trabalho revelam a ganância dos
bancos por mais lucro e a total falta de responsabilidade social dos
banqueiros.

“Os bancos têm fechado milhares de postos de trabalho
nos últimos anos, além de praticar a rotatividade e patrocinar
diversos projetos de lei sobre terceirização que tramitam no
Congresso. Todos os dias, cerca de 1.650 bancários são demitidos
pelos bancos que operam no Brasil. E as milhares de vagas que foram
fechadas nos últimos anos estão sem perspectiva alguma de serem
preenchidas num futuro próximo”, conta.

Suzineide destaca
que os sindicatos pautaram a discussão sobre a proteção ao emprego
dos bancários com os bancos durante a Campanha Nacional do ano
passado. “Mas a Fenaban não atendeu nenhuma de nossas
reivindicações sobre o tema, apesar da nossa forte greve de 21
dias”, diz Suzineide.

Ela lembra que, além de diminuir seu
quadro de pessoal, os bancos ganham com rotatividade, já que os
admitidos entram nas empresas recebendo pouco mais da metade do que
ganhavam os que saíram. Em 2015, os desligados tinham remuneração
média de R$ 6.308,10, enquanto que o salário médio dos contratados
foi de R$ 3.550,19, ou seja, 56% da remuneração média dos
desligados. Em dezembro de 2015, essa relação foi de 57%.  

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