Bancários reforçam a organização para enfrentar tempos difíceis


O
projeto neoliberal, com as ameaças de privatização tão combatidas
pelos bancários na década de 90 e início dos anos 2000, volta a
assombrar os trabalhadores. As dificuldades vividas pelas diversas
categorias em campanhas salariais este ano são uma amostra do que
está por vir.

“Teremos um ano difícil em 2016. Temos o
pior Congresso Nacional dos últimos tempos e a gente vê ressurgir
uma onda conservadora, com ataques aos direitos individuais e
coletivos e vários projetos neoliberais. Precisamos estar
organizados para enfrentar tudo isso”, afirmou o secretário de
Bancos Públicos do Sindicato, Renato Brito, durante o Encontro de
Delegados Sindicais, realizado pelo Sindicato nesta quarta
(02).

Durante a manhã, o presidente da CUT em Pernambuco,
Carlos Veras, fez um relato sobre as dificuldades de negociação
vividas por várias categorias em 2015. “Tivemos uma greve forte
dos metalúrgicos, com paralisações e fechamento de rodovias, e uma
negociação muito travada. Foi com muito esforço que garantimos a
reposição da inflação e outros avanços específicos. Também
entre os químicos, que conseguiram reajuste de 10%, a dificuldade
foi grande. A intenção das empresas era retirar direitos”,
contou.

Segundo ele, as maiores dificuldades foram enfrentadas
pelo setor público. “Os previdenciários fizeram 82 dias de greve.
A proposta inicial era de reajuste zero. Na Educação Estadual, o
governador rasgou o Plano de Carreiras e Remuneração e se negava a
aplicar o piso nacional. Foram mais de 50 dias de greve. Nos diversos
municípios, a situação se repete”, relatou Carlos
Veras.

Bancários – Para a presidenta do Sindicato,
Suzineide Rodrigues, foi a unidade que garantiu que não houvesse
perdas para os bancários. “Foi a mesa única de negociação e a
força da greve que conseguiu arrancar os 10% de reajuste. Não foi
fácil. Os bancos tentaram o retorno da política de abono, que
existiu na era FHC quando era reajuste zero. Quiseram dividir a mesa.
Não queriam sequer repôr a inflação. Principalmente os bancos
públicos”, expôs a presidenta.

Para a secretária-geral do Sindicato, Sandra Trajano, é necessário
que haja uma organização e mobilização permanente para se avançar
em questões pontuais. Ela ressaltou a importância de cada delegados
sindical: “Precisamos fazer como fazíamos na década de 80: um
conversando com o outro, todo mundo na rua… Não dá pra fazer uma
greve em que haja agência fechada e gente trabalhando lá dentro”.

Segundo a secretária de Finanças do Sindicato, Jaqueline Mello, no final da Campanha, o Sindicato recebeu
notificação do Ministério Público informando que, nos locais em
que houvesse trabalho interno, a agência teria que abrir. “É
muito ruim que haja intervenção da Justiça do Trabalho porque
muitos ainda fazem o jogo do patrão. O ano de 2016 vai ser ainda
mais difícil e precisamos avançar na mobilização”, disse
Jaqueline.

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