Bancários recebem com cautela notícia de que governo desistiu de abrir capital da Caixa

O governo federal
desistiu de abrir o capital da Caixa, segundo notícia publicada na
capa da edição do jornal Valor Econômico desta segunda-feira, dia
9. Segundo a matéria, a venda de ações será feita apenas na Caixa
Seguros, seguradora que mantém sociedade com a francesa CNP
Assurances e da qual o banco detém 48,2%. Na avaliação do
Planalto, diz o texto do jornal, a abertura de capital “seria um
processo muito demorado, pouco lucrativo e ainda poderia paralisar os
investimentos sociais da instituição”.

Para a secretária
de Comunicação do Sindicato e empregada da Caixa, Anabele Silva, a
notícia é excelente, mas não há qualquer segurança de que o
governo tenha mesmo desistido da ideia. “A credibilidade da grande
imprensa está em baixa. Gostaríamos muito de acreditar nesta
notícia, mas só vamos ter certeza quando o próprio governo admitir
que a ideia de abrir o capital da Caixa está enterrada de vez. Até
lá, vamos manter a luta e ampliar a mobilização em defesa da Caixa
100% pública”, afirma Anabele.

O presidente da Contraf-CUT
(Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro),
Carlos Cordeiro, lembra que a Confederação, junto com os
sindicatos, já fizeram vários pedidos de audiências ao governo
federal para discutir o assunto. “Enquanto não formos recebidos,
seguiremos intensificando a pressão em defesa da manutenção da
Caixa 100% pública. Se houver a abertura de capital, quem vai mandar
na empresa serão os acionistas. A Caixa não pertence ao mercado,
mas ao povo brasileiro”, ressalta Cordeiro.

Já o
presidente da Fenae (federação nacional dos empregados da Caixa),
Jair Pedro Ferreira, diz que a entidade recebeu a notícia com
cautela. “A Fenae e as outras entidades vão continuar mobilizadas
até que o governo se pronuncie oficialmente sobre a manutenção da
Caixa 100% pública. Aliás, aguardamos a audiência solicitada com a
presidenta Dilma, com o ministro Miguel Rossetto e com a presidente
do banco, Miriam Belchior. Abrir o capital não interessa aos
brasileiros, mas apenas ao setor privado, que está incomodado com o
protagonismo da Caixa”, explica Jair.

Para Fabiana Matheus,
coordenadora da Comissão Executiva dos Empregados da Caixa, que
assessora os sindicatos nas negociações com o banco, as ações
realizadas pelos mais de 100 mil trabalhadores do banco são
fundamentais para que essa vitória se concretize. “Sem dúvida,
as mobilizações ocorridas nas últimas semanas fizeram o governo
repensar a proposta de fatiar a Caixa. Os empregados e a sociedade
brasileira deram o recado: não aceitam a venda de um pedaço sequer
da empresa. Aguardemos agora a posição oficial”, diz Fabriana,
que também é diretora de Administração e Finanças da Fenae.

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