No final de 2014, além dos pacotes que mexem em direitos trabalhistas como o seguro desemprego, o governo também admitiu que a abertura de capital da Caixa Econômica Federal estaria em análise.
Principal fomentador de políticas públicas no país como o Minha Casa Minha Vida e o FIES e administradora de mais de 132 milhões de contas do FGTS, essa abertura significaria uma mudança drástica nos rumos do banco.
Mas o balanço de 2014 do banco, divulgado na última quinta-feira (12) pelo Dieese, mostra que ele continua ganhando espaço no mercado, o que diminui os motivos para uma abertura de capital. O saldo das operações de crédito atingiram R$ 605 bilhões, sendo quase R$ 340 bilhões na área habitacional. No ano passado foram conquistados cerca de 6 milhões de clientes, o que fez o número de correntistas e poupadores chegar a 78,3 milhões.
“Enquanto o mercado financeiro acumula perdas desde a crise de 2008, a Caixa tem atropelado o setor privado, incomodando e despertando a cobiça. De janeiro a dezembro, o banco injetou quase R$ 700 bilhões na economia, o que corresponde a aproximadamente 13,4% do PIB. Tudo isso significa que a Caixa 100% pública é o melhor modelo para os brasileiros”, argumenta Jair Pedro Ferreira, presidente da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal, Fenae.
Ainda conforme a análise do Dieese, o lucro líquido da Caixa foi de R$ 7,1 bilhões. O saldo em ativos próprios alcançou R$ 1,1 trilhão. As contratações em operações de saneamento e infraestrutura somaram R$ 33,3 bilhões. Um total de R$ 5 bilhões foi disponibilizado em crédito rural, além dos programas de transferência de renda terem distribuído R$ 28 bilhões para 176 milhões de beneficiados.