A Polícia Federal
multou nesta quarta-feira, dia 19, dezesseis bancos em R$ 7,406
milhões por falhas na segurança de agências e postos de
atendimento. As autuações foram aplicadas durante a 103ª reunião
da Comissão Consultiva para Assuntos de Segurança Privada (CCASP),
órgão do Ministério da Justiça que conta com representantes dos
sindicatos de bancários.
O Itaú foi banco mais punido, com
multas de R$ 2,388 milhões, seguido do Bradesco com R$ 1,855 milhão,
do Banco do Brasil com R$ 1,330 milhão, do Santander com R$ 964 mil
e da Caixa Econômica Federal com R$ 419 mil. Além de multas, três
agências de bancos foram advertidas e uma do Itaú foi
interditada.
Segundo o diretor do Sindicato João Rufino, que
participou da reunião, as principais infrações cometidas pelos
bancos foram equipamentos inoperantes, número insuficiente e até
ausência de vigilantes, falta de rendição de vigilantes no horário
de almoço, vigilantes desarmados e com munição vencida, e
cerceamento a policiais federais para fiscalizar estabelecimentos dos
bancos.
“Essas multas milionárias mostram que os bancos não
estão nem aí para a vida de seus funcionários e clientes. As
instituições financeiras continuam descumprindo as medidas que os
sindicatos têm lutado há anos como forma de garantir a segurança
nas agências. É um descaso absurdo e, muitas vezes, fatal”,
comenta Rufino.
Insegurança nas agências de
negócios – Ao final da reunião, a Contraf-CUT e os
sindicatos entregaram um ofício para a Polícia Federal, solicitando
uma reunião específica para discutir a falta de segurança nas
agências de negócios do Itaú, Bradesco e Santander. O documento
foi recebido pela a coordenadora-geral de Controle da Segurança
Privada (CGCSP), delegada Silvana Helena Vieira Borges.
“Tomamos
conhecimento, com enorme preocupação, de que o Itaú, o Bradesco e
o Santander estão implantando, sem qualquer discussão com o
movimento sindical, um novo modelo de agências ‘de negócios’, onde
trabalham bancários, funcionam caixas eletrônicos, mas não existem
vigilantes nem portas de segurança e outros equipamentos de
segurança”, explica o documento.
“Várias agências
estão sendo alvos de protestos dos sindicatos em todo o país. Os
bancários estão trabalhando em estabelecimentos completamente
inseguros, colocando diariamente em risco as suas vidas. Várias
denúncias já foram protocoladas pelas entidades sindicais nas
Delegacias de Controle de Segurança Privada (Delesp). Algumas
decisões judiciais já foram tomadas beneficiando as entidades
sindicais dos bancários”, salienta o ofício.
Para a
Contraf-CUT e os sindicatos, esse modelo vulnerável de agências
descumpre a lei federal nº 7.102/83, na medida em que há
movimentação de numerário em função da existência de caixas
eletrônicos, onde ocorrem operações de abastecimento e saques em
dinheiro, além de depósitos em envelopes.
A delegada
Silvana ficou de analisar o ofício da Contraf-CUT e se comprometeu a
agendar oportunamente uma reunião para tratar do assunto.