Os bancários de
Pernambuco realizaram nesta quinta-feira, dia 2, um grande protesto
em frente à sede do Banco Central do Brasil, no Recife, para
repudiar as propostas de parte dos candidatos à presidente da
República que defendem a independência do BC. O ato foi realizado
simultaneamente pelos bancários em dez capitais que têm
representações do Banco Central.
No Recife, o protesto dos
bancários, realizado pela manhã, coloriu de vermelho a sede do BC,
na Rua da Aurora. Com o auxílio de um carro de som, o Sindicato e os
trabalhadores deram seu recado para a população: no próximo
domingo, não vote em candidatos que defendem a independência do
Banco Central ou a redução do papel dos bancos públicos.
“Esta
é uma posição histórica do movimento sindical bancário”,
explica a presidenta do Sindicato, Jaqueline Mello. “Há anos temos
combatido as propostas de independência do Banco Central e temos
cobrado do governo a ampliação do papel social dos bancos
públicos”, diz Jaqueline.
Segundo ela, os bancos privados
conseguiram incluir em algumas candidaturas, como a de Marina Silva e
de Aécio Neves, propostas que lhe favorecem, entre elas a
independência do Banco Central, a limitação do papel dos bancos
públicos e o fim do crédito direcionado.
“Os bancos
privados querem que o BC seja independente do governo, mas não
deles. É um risco muito grande deixar a política econômica e o
controle dos juros do país nas mãos dos banqueiros. Isso é tudo o
que eles querem. Não é por acaso que eles já deixaram claro que
têm um lado na disputa presidencial. Pois nós também temos o
nosso, e certamente vai na direção oposta”, afirma.
O ato
organizado pelo Sindicato contou com o apoio e a participação de
políticos, como o deputado federal Fernando Ferro (PT) e diversos
candidatos, e de sindicatos de várias categorias. Também
engrossaram o protesto os diretores da CUT Nacional, Admirson Medeiros Ferro Junior (Greg) e Expedito Solaney, que também é diretor do Sindicato; e o secretário-geral da
CUT Pernambuco, Paulo Rocha.
Fortalecimento dos bancos
públicos – Os bancários também defendem a ampliação do
papel das instituições financeiras públicas, ao contrário do que
pregam os bancos privados e alguns candidatos à Presidência da
República. Enfraquecê-las, significaria abrir mão de um poderoso
instrumento de fomento de políticas públicas.
Na crise de
2008, enquanto os bancos privados fecharam as torneiras e encareceram
o crédito, BB, Caixa, BNDES, BNB e Banco da Amazônia ampliaram a
participação na oferta de crédito, saltando de 36% para 51% entre
janeiro daquele ano e dezembro de 2013, o que manteve o mercado de
consumo aquecido e gerando empregos – reduzindo os efeitos negativos
da crise.