Começa nesta
terça-feira, dia 30, a greve geral dos bancários. A paralisação é
por tempo indeterminado e atinge os bancos públicos e privados. A
greve é uma resposta da categoria para as instituições
financeiras, que não atenderam nenhuma reivindicação da Campanha
2014. Até agora, foram oito rodadas de negociações desde a entrega
da pauta, em 11 de agosto.
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Confira como foram todas as rodadas de negociação realizadas até
agora
>> Veja as orientações do Sindicato para a greve
>> Sindicato cumpre todos os procedimentos legais para a greve
Para a presidenta do Sindicato, Jaqueline
Mello, foram os bancos que empurram os bancários para a greve. “Só
os cinco maiores bancos lucraram cerca de R$ 30 bilhões no primeiro
semestre deste ano. Os seja, há condições de sobra para atenderem
nossas reivindicações, que não são apenas econômicas. Precisamos
solucionar, também, problemas gravíssimos, como as metas abusivas e
o assédio moral”, destaca Jaqueline.
Entre as principais
reivindicações dos bancários estão o reajuste salarial de 12,5% e
a valorização do piso para R$ 2.979,25, valor equivalente ao
salário mínimo calculado pelo Dieese. Os bancários também têm
reivindicações que visam proteger o emprego, acabar com a
terceirização e melhorar as condições de trabalho e saúde, como
o combate às metas abusivas e ao assédio moral.
Depois de
oito rodadas de negociação, os bancos só ofereceram 7,35% de
reajuste (0,94% de aumento real) no salário, na PLR e nos auxílios,
além de 8% (1,55% acima de inflação) de aumento no piso. A
proposta dos bancos não atende nenhuma reivindicação sobre
emprego, saúde, condições de trabalho e outras importantes
demandas dos bancários.
A greve – No ano passado, a
greve dos bancários começou forte, com a adesão de metade dos 12
mil trabalhadores de Pernambuco. No auge da paralisação, a greve
atingiu cerca de 80% da categoria no estado.
Para que a greve
comece forte este ano, o Sindicato vai realizar três atos já nesta
terça, primeiro dia de paralisação. As manifestações serão
realizadas a partir das 9h, em frente às principais agências dos
bancos públicos: no Banco do Brasil da Avenida Rio Branco e na Caixa
e no Banco do Nordeste da Conde da Boa Vista.
Na próxima
quinta-feira, dia 2, o Sindicato realiza um protesto em frente à
sede do Banco Central no Recife. O objetivo da manifestação é
repudiar as propostas de independência do BC e defender o
fortalecimento do papel dos bancos públicos, dois temas que estão
no centro do debate eleitoral e sobre os quais a categoria tem
posição histórica definida em seus fóruns nacionais.
Conquistas
da greve – Os bancários fazem greves todos os anos, desde
2004. No ano passado, foram 23 dias de paralisação. Em média, são
doze dias de greve em cada Campanha.
A greve tem garantido
várias conquistas. Desde 2004, o aumento real acumulado nos salários
chega a 18,33%, variando de 0,63% em 2006 a 3,1% em 2010. A
valorização do piso ultrapassa a marca de 35% acima da
inflação.
Há outras vitórias: melhorias na PLR
(Participação nos Lucros e Resultados), fim da divulgação de
ranking individual de metas, projeto-piloto de segurança em
Pernambuco, censo da diversidade, instrumento de combate ao assédio
moral, proibição de envio de mensagens por SMS, abono assiduidade,
adesão ao programa Vale Cultura, entre outras
conquistas.
>> Greves fortes têm rendido vitórias nos últimos 10 anos
Assembleias – Em Pernambuco, a greve foi
aprovada em assembleia realizada na semana passada com mais de 300
bancários (leia
aqui). Nesta segunda-feira, dia 29, véspera da
paralisação, os bancários realizaram outra assembleia na sede do
Sindicato para organizar a paralisação.
Para avaliar o
primeiro dia da greve, o Sindicato realiza nova assembleia nesta
terça-feira, dia 30, às 18h, também na sede da entidade (Av.
Manoel Borba, 564, Boa Vista, Recife).