Dois dias depois de aprovar a greve geral por tempo
indeterminado, os bancários arrancaram dos bancos uma nova proposta para as
reivindicações da Campanha Nacional 2014. Em nova rodada de negociação
realizada neste sábado, dia 27, a Fenaban (federação dos bancos) melhorou o
índice de reajuste de 7% para 7,35% (0,94% de aumento real) sobre os salários e
auxílios. Também houve avanço na proposta de reajuste do piso, que subiu de
7,5% para 8% (1,55% acima de inflação).
Os bancos, no entanto, ignoraram as reivindicações dos
bancários para questões importantes, como a proteção ao emprego, melhores condições
de trabalho e a solução para dois dos maiores problemas da categoria: as metas
abusivas e o assédio moral.
Apesar dos avanços econômicos, o Comando Nacional dos Bancários considerou que
a nova proposta ainda é insuficiente para o fechamento do acordo e manteve a
greve por tempo indeterminado, que começa na próxima terça-feira, dia 30. “A
deflagração da greve forçou os bancos a avançarem na proposta, mas ainda é
muito pouco diante das nossas reivindicações e do lucro do sistema financeiro. Por
isso a greve está mantida. Agora, precisamos construir um grande movimento para
aumentar a pressão sobre os bancos e garantir uma proposta que realmente atenda
as nossas demandas”, destaca a presidenta do Sindicato, Jaqueline Mello, que
representa Pernambuco no Comando Nacional dos Bancários.
Na negociação deste sábado, a oitava rodada, o Sindicato foi representado pela
secretária de Finanças, Suzineide Rodrigues. Segundo ela, o Comando Nacional
dos Bancários deixou claro para os bancos que não há possibilidade de acordo se
as principais reivindicações dos trabalhadores não forem atendidas. “Além de
considerarmos o índice de reajuste baixo, queremos que nossas demandas sejam contempladas,
principalmente no que se refere ao combate às metas abusivas e ao assédio
moral, que têm acabado com a saúde dos bancários”, diz Suzineide.
Assembleia nesta segunda – O Sindicato
realiza nova assembleia com os bancários nesta segunda-feira, dia 29, para
organizar a greve que começa no dia seguinte. A assembleia está marcada para as
19h, na sede do Sindicato (Av. Manoel Borba, 564, Boa Vista, Recife).
“Chegou a hora de organizar a greve e construir uma grande paralisação desde o
primeiro dia. Quanto mais forte for o nosso movimento, mais rápido conseguiremos
arrancar dos bancos uma proposta decente de acordo. Vale destacar que só os
cinco maiores bancos lucraram nos primeiros seis meses deste ano cerca de R$ 30
bilhões. Os seja, há condições de sobra para atenderem nossas reivindicações”,
finaliza Jaqueline.
CONFIRA A NOVA PROPOSTA ECONÔMICA DOS BANCOS
Reajuste de 7,35% (0,94% de aumento real).
Piso portaria após 90 dias – 1.240,89 (8% ou 1,55% de aumento real).
Piso escritório após 90 dias – R$ 1.779,97 (1,55% acima da inflação).
Piso caixa/tesouraria após 90 dias – R$ 2.403,60 (salário mais gratificação mais
outras verbas de caixa), significando 1,55% de aumento real).
PLR regra básica – 90% do salário mais R$ 1.818,51, limitado a R$ 9.755,42. Se
o total ficar abaixo de 5% do lucro líquido, salta para 2,2 salários, com teto
de R$ 21.461,91.
PLR parcela adicional – 2,2% do lucro líquido dividido linearmente para todos,
limitado a R$ 3.637,02.
Auxílio-refeição – R$ 24,88.
Auxílio-cesta alimentação e 13ª cesta – R$ 426,60.
Auxílio-creche/babá (filhos até 71 meses) – R$ 355,02.
Auxílio-creche/babá (filhos até 83 meses) – R$ 303,70.
Gratificação de compensador de cheques – R$ 137,97.
Requalificação profissional – R$ 1.214,00.
Auxílio-funeral – R$ 814,57.
Indenização por morte ou incapacidade decorrente de assalto – R$ 121.468,95.
Ajuda deslocamento noturno – R$ 85,03.
>> Veja a proposta para cláusulas não econômicas apresentada na sexta rodada