O Comando Nacional dos
Bancários se reuniu nesta sexta-feira, dia 12, com a diretoria do
Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal para discutir as
reivindicações específicas da Campanha Nacional dos Bancários.
Mais uma vez, não houve avanço nas negociações com os dois
maiores bancos públicos do país.
“Cobramos da Caixa e do
Banco do Brasil a apresentação imediata de uma proposta para
atender nossas reivindicações. O processo de negociação está
entrando na reta final e até agora não tivemos um avanço sequer
nas discussões com os dois bancos”, destaca a presidenta do
Sindicato, Jaqueline Mello.
A reunião desta sexta com a Caixa
foi a quarta rodada de negociações específicas. Com o BB, já
foram realizadas três rodadas. Por enquanto, não há novas reuniões
agendadas.
Banco do Brasil – Os representantes dos
bancários cobraram na reunião desta sexta que a direção do Banco
do Brasil apresente proposta global às reivindicações do
funcionalismo. A terceira rodada de negociação específica discutiu
os últimos pontos da pauta, relativos à remuneração. Os
negociadores da instituição financeira mantiveram a mesma postura
das duas primeiras reuniões e se limitaram a ouvir a argumentação
dos dirigentes sindicais.
Para o PCR (Plano de Carreira e
Remuneração) foram cobrados que o interstício da promoção por
mérito aumente de 3% para 6%, a inclusão dos escriturários e a
diminuição no tempo de promoção. O banco ficou de analisar a
questão. Os dirigentes sindicais também cobraram a equiparação
salarial entre os funcionários em cargo de gerência média e também
entre assistentes e analistas. Nesses casos, as pessoas fazem as
mesmas tarefas, mas recebem renumerações distintas. O banco não se
posicionou. A empresa também se limitou a ouvir sobre a situação
de funcionários que substituem os caixas há mais de um ano, mas sem
serem efetivados na função.
Os sindicatos também
questionaram os vários processos de reestruturação em curso no
banco e afirmaram que essas mudanças repentinas e a falta de
transparência causam intranquilidade entre os funcionários. Para
minimizar o impacto e evitar prejuízos aos envolvidos, foi
reivindicada a criação de uma VCPI (Verba de Caráter Pessoal
Individual) e a incorporação do adicional noturno para quem for
transferido para o período diurno. Além disso, que o banco negocie
com o movimento sindical antes que haja alterações nos
setores.
Caixa – A direção da Caixa, mais uma vez,
frustrou as expectativas dos trabalhadores ao negar a maioria das
propostas dos empregados para questões de carreira e jornada na
quarta rodada específica da Campanha 2014. A empresa disse “não”
para uma das principais exigências dos funcionários que é a adoção
de critérios claros para descomissionamento. Para isso, alegou ter
feito estudo que comprova não haver necessidade desse mecanismo.
Outro “não” veio para a instituição de um comitê
paritário – integrado por representantes dos empregados e da Caixa
– para acompanhar o PSI (Processo Seletivo Interno). Nesse caso
disseram que o processo é dinâmico e a participação do movimento
sindical seria inviável. Mais um “não” foi dado à criação do
cargo de agente social para tratar exclusivamente dos programas do
Governo Federal. A instituição alega que essa tarefa é feita
normalmente pelos atendentes.
Os bancários cobraram, ainda,
o fim da compensação, o pagamento de todas as horas extras e a
interligação de todos os aplicativos do banco ao Sipon (Sistema de
Ponto). A empresa argumentou que a média mensal é de apenas 10,33
horas extras por empregado e que criou estação única para evitar
que o mesmo empregado acesse mais de um equipamento. Os sindicatos
esclareceram que esse mecanismo apresenta falhas e que é essencial a
interligação de todos os aplicativos ao Sipon para acabar com o
trabalho gratuito.