Milhares de pessoas
tomaram as ruas do centro do Recife, neste domingo, dia 7, para
participar da 20ª edição do Grito dos Excluídos. Nem a chuva
afastou os manifestantes, que realizaram uma grande passeata. O
Sindicato dos Bancários, além de engrossas a manifestação, ajudou
a construir a atividade no Recife.
O diretor do Sindicato
Ronaldo Cordeiro explica que o Grito dos Excluídos é realizado
anualmente, no dia 7 de setembro, como contraponto às comemorações
oficiais do Dia da Independência. “O Grito surgiu há 20 anos como
forma de trazer à tona o debate sobre soberania e fazer as pessoas
pensarem até que ponto o Brasil conquistou a independência”,
afirma Ronaldo, lembrando que o Grito é realizado simultaneamente
nas principais cidades brasileiras.
Neste ano, a pauta
principal do movimento foi a reforma do sistema político brasileiro
por meio de uma Assembleia Constituinte. “Aproveitamos o último
dia do Plebiscito para colher centenas de votos à favor de uma
Constituinte que faça, de fato, a reforma política”, diz
Ronaldo.
Ocupar as ruas – Com o tema “Ocupar ruas e
praças por liberdade de direitos”, o ato no Recife buscou nas
manifestações de julho de 2013 a inspiração para denunciar
incoerências da gestão pública e injustiças sociais. Foram
trabalhados dois eixos sobre “Participação Popular” e
“Direitos”, no intuito de cobrar mais atenção para os
direitos básicos da população de baixa renda como terra e
trabalho, educação e saúde, transporte e segurança e alimentação
de qualidade, entre outros.
A concentração começou por
volta das 8h30, na praça Oswaldo Cruz, no bairro da Soledade. Com
cartazes e bandeiras, os participantes saíram em caminhada por
avenidas importantes do Centro, como a Guararapes e a Conde da Boa
Vista. Dois trios elétricos foram usados no ato, que contou com a
participação de outros sindicatos, entidades sociais e estudantes
universitários. A mobilização terminou na Basílica do Carmo, no
bairro de Santo Antônio.
De acordo com o presidente da
Central Única dos Trabalhadores de Pernambuco (CUT-PE), Carlos
Veras, o Grito dos Excluídos levou um grande número de pessoas às
ruas numa mobilização com três sentidos: “repensar sobre a
desigualdade social do modelo econômico capitalista; tornar público
o rosto desfigurado dos grupos excluídos, vítimas do desemprego, da
miséria e da fome; e construir alternativas ao modelo econômico,
para desenvolver uma política de inclusão social, com a
participação ampla de todos os cidadãos e cidadãs”.