Prejuízo do HSBC não reflete o esforço dos bancários

Na contramão de todos
os demais bancos que publicaram balanços com lucros bilionários no
primeiro semestre de 2014, o HSBC no Brasil apresentou prejuízo
líquido de R$16,3 milhões. No mesmo período do ano passado
apresentou lucro líquido de R$ 464,7 milhões, indicando tendência
de queda dos resultados, uma vez que esse valor já apresentava forte
retração em comparação a 2012. É a primeira vez, desde que o
banco chegou ao Brasil em 1997, que o HSBC apresenta resultado
negativo em seu balanço.

Segundo Alan Patrício, o diretor do
Sindicato e funcionário do HSBC, apesar do prejuízo o balanço
mostra que o banco pagou R$ 171 milhões a título de participações
no lucro para os empregados. “Soubemos que, em agosto, o HSBC pagou
para um grupo de 6 mil gerentes que atingiram suas metas um montante
de que varia de R$ 200 a R$10 mil para cada um. Se pagasse o teto
para todos, daria algo em torno de R$ 60 milhões, bem distantes
destes R$ 171 milhões que constam no balanço. Onde foram parar
esses outros R$ 110 milhões de PLR lançados no balanço? O HSBC não
informa aos sindicatos os valores distribuídos e quem foi
contemplado. A falta de transparência do banco é tão grande que
seu balanço é uma verdadeira caixa preta”, diz Alan, que também
é secretário de Assuntos Jurídicos da Contraf-CUT.

Para o
dirigente, o resultado negativo do HSBC só tem um único culpado: o
próprio banco, que atua sem foco no mercado brasileiro. “Há uma
série de problemas na empresa, menos um: o seu corpo de
funcionários. Os bancários do HSBC no Brasil têm se dedicado
demais para o banco, suportando toda sorte de pressão para o
cumprimento de metas abusivas que, invariavelmente, resultam em
assédio moral. Além disso, as condições de trabalho e a
remuneração são péssimas no HSBC”, afirma Alan.

Diante
do valor de R$ 171 milhões pagos a título de participação nos
lucros, registrados no balanço semestral, o Sindicato vai exigir do
HSBC o cumprimento do acordo de PLR que for fechado com a Fenaban na
Campanha Nacional dos Bancários. “Vamos lutar para que o banco
honre os compromissos com seus trabalhadores, não só no que diz
respeito à PLR, mas também ao PPR. Queremos que todos os 22 mil
funcionários do HSBC recebam os valores da PLR e PPR, e com
transparência”, ressalta.

Emprego – O balanço do
banco mostra ainda que o HSBC reduziu seu quadro de funcionários em
417 postos de trabalho se comparado a junho de 2013. Assim, o número
total de empregados do banco, no país, é de 21.911 trabalhadores. O
número de agências bancárias do HSBC no Brasil foi reduzido em 14
unidades entre junho de 2013 e junho de 2014, totalizando hoje 853
agências, sendo que 11 delas foram fechadas nos seis primeiros meses
do ano.

“A proteção ao emprego é uma das prioridades da
Campanha Nacional deste ano. Não podemos admitir essa política de
pessoal que demite pais e mães de família, sobrecarrega os
bancários que ficam e desestimula todo o corpo funcional, com uma
remuneração baixa e sem transparência. Se o HSBC quer ser um banco
que volte a dar lucro, ele precisa valorizar os seus funcionários. E
é para isso que o Sindicato está lutando”, finaliza Alan.

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