A primeira rodada de
negociação da Campanha Nacional dos Bancários de 2014 terminou
nesta quarta-feira, dia 20, sem avanços. Boa parte das
reivindicações discutidas, sobre saúde e condições de trabalho,
foi recusada pela federação dos bancos (Fenaban). Outra parte deve
ser debatida somente depois de segunda-feira, dia 25, quando o
Comando Nacional dos Bancários e os bancos se reúnem no grupo de
trabalho bipartite sobre adoecimentos.
Para o secretário de
Saúde do Sindicato, Wellington Trindade, a primeira rodada de
negociações com a Fenaban, realizada nesta terça e quarta, foi
frustrante. “Não conseguimos avançar em nenhum ponto da pauta de
reivindicações. Discutimos temas importantes, como as metas
abusivas e o assédio moral, mas nada avançou. Esta primeira
negociação mostra que os bancários precisam ampliar a mobilização
para pressionar a Fenaban, pois os bancos já mostraram que não há
disposição de atender nossas reivindicações”, destaca
Wellington, que representou os bancários de Pernambuco na primeira
rodada de negociações, realizada em São Paulo.
As negociações com os bancos prosseguem na semana que vem, nos dias 27 e 28, quando estarão em pauta as reivindicações sobre igualdade de oportunidades e segurança bancária.
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Veja como foi o primeiro dia de negociações com os
bancos
Reabilitação – Nas discussões
desta quarta, os bancos concordaram em alterar a cláusula 44ª da
Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) que trata do programa de
reabilitação. O objetivo é permitir que os sindicatos participem e
acompanhem o processo de reinserção no trabalho dos bancários
afastados por razões de saúde após alta do INSS.
Pausa –
O Comando Nacional dos Bancários cobrou a concessão de pausas
de 10 minutos a cada período de 50 minutos de trabalho consecutivo
nos serviços que exijam movimentos repetitivos na função de caixa
e noutras atividades. Os digitadores já possuem esse direito, que
visa proteger a saúde dos trabalhadores. A pausa também foi cobrada
para os funcionários do autoatendimento que trabalham em pé. Os
bancos ficaram de estudar a proposta e não deram nenhuma resposta
concreta.
Exames – O Comando dos Bancários debateu
também o problema dos exames médicos de retorno, de mudança de
função, cobrando a necessidade de uma avaliação acerca do
atendimento médico, bem como o acesso das entidades sindicais a essa
avaliação. Os bancos não concordaram e o assunto foi remetido para
debate na comissão bipartite, a chamada mesa temática de Saúde e
Condições de Trabalho.
Assistência – O
Comando reforçou a importância da manutenção do plano de saúde
na aposentadoria nas mesmas condições vigentes na ativa. Também
defendeu e permanência da assistência para o trabalhador demitido,
além da criação de conselhos de usuários de cada plano. Mais uma
vez, a Fenaban se recusou e remeteu as reivindicações sobre planos
de saúde para ser negociada com cada banco,
individualmente.
Salário para
empregado afastado – A Fenaban também disse não ao
pagamento do salário por tempo indeterminado ao trabalhador que
recebe alta do INSS, mas é considerado inapto pelo banco. Uma
cláusula da CCT prevê o prazo de até 120 dias para o trabalhador
que fica “no limbo”. Ficou definido que serão apurados os
casos atendidos nos últimos dois anos e a questão também será
remetida para debate na mesa temática de Saúde e Condições de
Trabalho.