O crescente número de
denúncia de assédio moral nas unidades do Bradesco levou a direção
do Sindicato a realizar uma manifestação de protesto na agência
Rua da Concórdia, no centro do Recife, na manhã desta quarta-feira,
2 de julho. Durante a atividade, os dirigentes sindicais utilizaram
faixas e distribuíram uma cartas aberta à população na qual
denunciaram a situação de pressão gerada pela falta de
funcionários, metas abusivas e o ambiente de constante assédio
moral a que são submetidos os trabalhadores do banco. Uma paródia
da música “Ai se eu te pego”, de Michel Teló, deu um tom de
humor à mobilização.
Funcionária do Bradesco, a secretária
de Finanças do Sindicato, Suzineide Rodrigues, denuncia que o
assédio moral é uma prática de gestão que está sendo
implementada há mais de 10 anos pelos bancos. “O Sindicato já
realizou várias campanhas contra o assédio moral nos bancos, mas o
problema continua. Essa prática abusiva contra o trabalhador tem
acabado com a saúde física e mental dos bancários. Na maioria das
vezes, o banco impõe metas abusivas e os trabalhadores têm que
vender os produtos independentemente das condições que lhes são
oferecidas para que eles realizem essas venda”, explica
Suzineide.
A dirigente diz que o Sindicato tem recebido muitas
denuncias de assédio moral em várias agências do Bradesco. “Já
entramos em contato com a diretoria do banco, que se comprometeu a
advertir os assediadores. Mas nós queremos que o Bradesco faça uma
reeducação com seus gestores, pois o assédio moral já está
institucionalizado. Tem muito bancário doente, tomando remédio de
tarja preta”, comenta Suzineide.
Apoio dos clientes –
Além dos bancários, clientes e usuários também demostraram
apoio à manifestação realizada pelo Sindicato. É o caso da
pensionista Lindalva Aciole de Santana, que aproveitou a oportunidade
para reclamar das altas tarifas cobradas pelo banco.
“Não
entendo porque os bancos cobram tarifas tão caras. Tem coisas que eu
nem sei o que estou pagando. Quanto procuro uma explicação, sempre
me vêm com um “é assim mesmo”. Eu sou uma assalariada e
meu dinheiro é pouco. Por isso, eu acho um absurdo pagar tanta
tarifa”. reclama Lindalva.
Já o pastor evangélico Antônio
Amâncio, cliente da agência Concórdia, não economizou palavras
para criticar o Bradesco e o tratamento que ele dispensa aos seus
funcionários e clientes . “Além de pagar baixos salários para os
funcionários, os clientes têm de esperar o atendimento em filas
enormes. Isso sem falar que eu tenho uma queixa-crime contra o banco,
porque eles fizeram uma aplicação de uma certa quantia que estava
na minha conta sem autorização. Me senti saqueado pelo banco. Esse
banco é a pior instituição que tem no Brasil. Já constitui um
advogado para entrar com uma causa na Justiça contra o Bradesco”,
diz, indignado, o correntista.
Mais protestos – Após a
atividade no interior da agência, os dirigentes do Sindicato se
concentraram em frente à unidade e realizaram um ato público para
denunciar à população todas as mazelas provocadas pelo Bradesco
aos seus trabalhadores, clientes e usuários.
O secretário
de Bancos Privados do Sindicato, Geraldo Times, conta que o ato foi
realizado na agência Concórdia porque no prédio também funciona a
Diretoria Regional do Bradesco. “A atividade foi muito boa, tivemos
o apoio da população e dos funcionários que vieram conversar com a
gente, confirmando que realmente a prática de assédio moral é
constante dentro do Bradesco”, concluiu.