Na última
segunda-feira, 28, foi celebrado o Dia Mundial em Memória das
Vítimas do Trabalho. Deste a semana que antecedeu a data, o
Movimento 28 de Abril, do qual o Sindicato faz parte, realizou uma
série de atividades relativas ao tema. O dia 28 também foi marcado
por debates, palestra e manifestações em Pernambuco e em todo o
país.
Este ano, as atenções do Movimento 28 de Abril foram
voltadas para os malefícios causados pela terceirização e suas
consequências na vida e saúde dos trabalhadores. Em razão disto,
as atividades realizadas abordaram a regulamentação da
terceirização indiscriminada para toda e qualquer atividade
produtiva e prestação de serviço público ou privado.
Como
nos anos anteriores, o Sindicato dos Bancários participou das
atividades junto com outras entidades capitaneadas pelo Movimento 28
de Abril. Segundo o secretário de Formação do Sindicato, João
Rufino, de cada dez acidentes de trabalho, sete são com
terceirizados. “Isso é um dado muito preocupante e que nós
abordamos em palestras realizadas nos dias 23 e 25. Passamos para as
pessoas que participaram das palestras como se dá o processo de
terceirização indiscriminado e como a saúde do trabalhador vem
sendo solapada através dessa atividade”, esclarece
Rufino.
Ainda de acordo com o sindicalista, no dia 24 foi
realizada uma abordagem da terceirização à luz da legislação
trabalhista e da fiscalização do trabalho, na qual foi mostrada que
o setor bancário é um dos que mais sofrem com a terceirização e a
interposição fraudulenta de mão de obra.
“As
palestras foram com pessoas que tem notório conhecimento e
participação na fiscalização e no julgamento de causas sobre
terceirização ilegal. Entre eles, o Ministério Público do
Trabalho, através do promotor Rogério Sitônio e da auditora fiscal
Cristina Serrano. Eles falaram sobre a atuação da entidade na
extinção de centrais de trabalhos clandestinas. Numa delas, o banco
Santander explorava terceirizados que faziam trabalho tipicamente
bancário, conta Rufino.
Complementado a programação da
semana que antecedeu o 28 de abril ocorreram inda a intervenção de
Miguel Pereira, diretor da Contraf-CUT, que falou sobre com está se
dando a luta do movimento sindical contra o Projeto de Lei 4330, que
legaliza a terceirização fraudulenta. Sérgio Goiana, do Sindicato
dos Servidores Públicos Federais de Pernambuco, e o mestre em Saúde
Pública o Hospital das Clínicas, Oscar Coutinho, falaram sobre a
saúde do trabalhador.
“No dia 28, a gente fechou com
chave de ouro a programação com a participação de Laura Soares
Nogueira que é pesquisadora da Fundacentro do Pará. Ela fez uma
palestra belíssima sobre a terceirização e todos os seus aspectos
que vem adoecendo e matando trabalhadores no país todo. Já a
psicóloga Fátima do Rosário Monteiro, do Cerest Recife, contou que
tem atendido muitos trabalhadores que eram terceirizados pelos bancos
e que estavam com doenças ocupacionais. Agora, esses terceirizados
passaram a ser bancários graças à ação do Ministério Público”,
informa João Rufino.