Os bancários do Banco
do Nordeste do Brasil (BNB) continuam sem saber quando receberão a
segunda parcela da PLR (Participação nos Lucros e Resultados). Em
reunião realizada nesta segunda-feira, dia 28, o presidente interino
do BNB, Nelson Antônio de Souza, informou aos sindicatos que o banco
ainda não conseguiu aprovar o pagamento da PLR com o DEST e o
Ministério da Fazenda.
Para o diretor do Sindicato, Fernando
Batata, o BNB está brincando com um direito conquistado a duras
penas pelo funcionalismo. “É revoltante ouvir do presidente do
banco que o BNB ainda não conseguiu liberar o pagamento da PLR aos
funcionários, mas que já pagou os dividendos aos acionistas,
incluindo aí o governo federal. Isso é um desrespeito enorme com os
bancários, que são os verdadeiros responsáveis pelo lucro do
banco”, diz.
Segundo Batata, o Sindicato já está
preparando uma ação para ingressar na Justiça contra o BNB
cobrando o cumprimento do acordo coletivo. “Conquistamos a PLR
depois de encarar 23 dias de greve. É um direito que não vamos
abrir mão, nem que para isso a gente tenha que acionar a Justiça”,
afirma Batata.
Um
calendário de mobilização foi aprovado nesta terça-feira (29), no
seminário do Comando Nacional dos Bancários, que acontece em
Brasília, prevendo a realização de manifestações em todo o país.
A mobilização deverá ter atividades crescentes, podendo culminar
com uma greve por tempo indeterminado.
Entenda o impasse –
Tomando como base o lucro apresentado no balanço do BNB em 2013,
muitos funcionários teriam de devolver parte do valor recebido como
primeira parcela da PLR, o que ocorreu no final da Campanha Nacional
2013. Frente a isso, após a pressão das entidades sindicais, a
direção do BNB apresentou uma proposta para solucionar a questão,
mediante o pagamento de uma diferença da PLR de 2012, verificada
após o ajuste do balanço daquele exercício.
Em reunião
realizada no dia 7 de março, o presidente do BNB informou que seria
feita uma reversão de provisões realizadas a mais no exercício de
2012, o que reduziu o lucro do BNB e motivou a distribuição de uma
PLR menor do que a que efetivamente deveria ter sido quitada.
A
compensação desses valores em 2013 permitiria ao banco quitar a
segunda parcela da PLR. Por sua vez, as entidades sindicais alertaram
para possíveis obstáculos no DEST e Ministério da Fazenda que
poderiam dificultar a operação, o que acabou acontecendo.