Mais de 40 mil pessoas
tomaram as ruas de São Paulo nesta quarta-feira, dia 9, para
protestar durante a 8ª Marcha da Classe Trabalhadora. O Sindicato
dos Bancários de Pernambuco engrossou a manifestação com a
secretária de Finanças, Suzineide Rodrigues, e o diretor Fabiano
Moura. A diretora da Fetrafi-NE (Federação dos Trabalhadores do
Ramo Financeiro do Nordeste), Tereza Souza, também participou das
manifestações.
A marcha foi um ato unitário organizado
conjuntamente pelas CUT e outras cinco centrais sindicais. Até as
12h, rádios e sites da chamada grande mídia, com exceção da CBN,
insistiam em noticiar que apenas 3 mil pessoas participavam da
mobilização.
O presidente nacional da CUT, Vagner Freitas,
disse que a marcha vai pressionar o Executivo e o Congresso Nacional
(Câmara e Senado) a retomar negociações da pauta dos
trabalhadores.”O Congresso tem de aprovar a nossa pauta. Esse é
o momento. Em ano eleitoral, eles vêm atrás de voto e para ter voto
de trabalhador tem de atender a pauta da classe trabalhadora”,
disse o dirigente sindical.
Ele também comparou o ato a uma
campanha dos trabalhadores. “É como uma campanha salarial. Essa
marcha representa uma greve”, afirmou. Segundo o presidente da
CUT, o foco da marcha é voltado à classe trabalhadora.
“É
absolutamente sindical, ela fala da pauta da classe trabalhadora.
Vamos entregar de novo a pauta ao governo, ao Legislativo, ao
Judiciário”, disse Vagner. “Avançou muito pouco (a
pauta). Praticamente ficou estagnada”, acrescentou que, como
muitos, segurava uma foice com os dizeres “PL 4330”,
referência ao projeto de lei sobre terceirização repudiado pelas
centrais.
Entre as principais reivindicações dos
trabalhadores estão a redução da jornada para 40 horas semanais, o
fim do fator previdenciário, a correção da tabela do Imposto de
Renda, o arquivamento do PL 4.330 e a manutenção da política de
valorização do salário mínimo.
Sobre as eleições deste
ano, Vagner adiantou que haverá uma posição na hora certa. “A
CUT vai ter posicionamento no momento oportuno. As centrais não
podem cometer esse equívoco de frustrar os trabalhadores, elas os
representam”, disse.
Exemplo de mobilização –
Vagner disse que a marcha foi um exemplo de mobilização,
organização e respeito à democracia para todo o Brasil. O
dirigente parabenizou a militância da CUT, destacando que os
trabalhadores e trabalhadoras cutistas e das demais centrais foram às
ruas de cara limpa, de forma pacífica e ordeira lutar por seus
direitos.
O presidente da CUT frisou que durante quase cinco
horas de marcha não houve nenhum incidente, nenhuma briga ou
problema relativo à segurança registrado entre os manifestantes e
no percurso da manifestação.
Para ele, a marcha é o tipo de
manifestação boa para o Brasil porque “ela coloca a disputa de
classes entre o capital e o trabalho, mas respeita a
democracia.”
Segundo Vagner, a militância da CUT foi
expressiva maioria entre os milhares de trabalhadores e trabalhadoras
que participaram de toda a manifestação. “É essa militância
que ajudou a mudar o Brasil, que foi decisiva na construção da
democracia, do novo sindicalismo. É essa militância que vem
defender os seus direitos e a sua pauta de reivindicações. Essa
militância que atendeu ao chamado da CUT e dos sindicatos cutistas”,
disse. “Os maiores, mais importantes e mais bem organizados
sindicatos do Brasil são da CUT”, completou.
“Foi
uma manifestação ordeira e com ela, mais uma vez, vez o movimento
sindical brasileiro comprova que é possível fazer atos, protestos e
manifestações de massa sem depredação”, disse Vagner. E
prosseguiu: “Viemos todos de cara limpa. Na nossa manifestação,
não tinha máscaras, pois viemos somente com vontade de mudar. Não
houve agressão contra ninguém, nenhum jornalista foi agredido,
respeitamos o direito da imprensa fazer seu trabalho livremente
porque isso é uma conquista da democracia que também foi feita pela
CUT. Não viramos carros, não invadimos nem depredamos lojas nem
quebramos nada”.