Diretores do Sindicato discutem desafios da organização dos trabalhadores

O presidente da
Contraf-CUT (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo
Financeiro), Carlos Cordeiro, esteve no Sindicato nesta
segunda-feira, 17, para discutir os desafios da organização dos
trabalhadores e da Campanha Nacional. Em pauta, questões como
empregabilidade, condições de trabalho, adoecimento e remuneração.

Para o dirigente,
o movimento sindical bancário vive uma encruzilhada, na qual precisa
repensar estratégias e formas de atuação. “Há mais de dez anos,
os bancários tem conseguido aumento real. No entanto, os gastos dos
bancos com remuneração não variam por conta das demissões e
rotatividade”, explica.

Para
se ter uma ideia, só em janeiro de 2014, os bancos múltiplos com
carteira comercial cortaram 1.566 postos de trabalho. O
salário médio dos admitidos pelos bancos em janeiro foi de R$
3.443,22 contra o salário médio de R$ 5.407,07 dos desligados. Ou
seja, os trabalhadores que entram no sistema financeiro recebem
remuneração 36,3% inferior à dos que saem.
“Vale ressaltar que, em outros setores, esta diferença, ligada a
rotatividade, é em média de 7%”, diz Carlos Cordeiro.

Ele
acrescenta que os bancos tem investido cada vez mais em estratégias
de contenção de custos baseadas na redução de mão de obra. É o
caso do Banco do Futuro, agências que funcionam sem caixas nem
vigilantes, contas-correntes virtuais, além da ampliação de
serviços como os correspondentes bancários.

No
que diz respeito a remuneração, a briga é para reduzir o peso da
remuneração variável, com a valorização do piso. “É preciso
avançar na implantação dos Planos de Cargos e Salários nos bancos
privados”, diz o presidente da Contraf-CUT. Ele ressalta que o
Brasil é o 12º país do mundo com a pior distribuição de renda.
“E isso a gente tem que cobrar do governo. Recentemente, a gente
teve que brigar muito para que não aprovassem o projeto de lei 4330,
que precarizaria ainda mais a situação do trabalhador”, lembra.

As
condições de trabalho são outro desafio do movimento. Passa pela
discussão das metas, assédio moral e necessidade de contratações.
“Atualmente, dentre os casos de adoecimento no setor bancário,
25,6% são por transtornos mentais. E muita gente continua
trabalhando, sem informar o banco sobre a doença, mas às custas de
remédio tarja preta”, diz
o dirigente.

Ele
lembrou, ainda, outros desafios do movimento sindical, que não são
específicos da categoria bancária. É o caso da discussão sobre a
Reforma Política, Novo Marco Regulatório para a Mídia, Reforma
Tributária e Reforma do Sistema Financeiro. 

Expediente:
Presidente: Fabiano Moura • Secretária de Comunicação: Sandra Trajano  Jornalista ResponsávelBeatriz Albuquerque • Redação: Beatriz Albuquerque e Brunno Porto • Produção de audiovisual: Kevin Miguel •  Designer Bruno Lombardi