
As ações integram a Jornada Nacional de luta das mulheres camponesas, realizada todos os anos no mês de março. Além de Recife, a jornada também acontece em outras cidades da zona da mata, agreste e sertão do estado.
Em 2014 a Jornada tem como lema Mulheres Sem Terra na luta contra o capital e pela Reforma Agrária Popular.
Mobilizações – Desde a última sexta-feira (07/03), as trabalhadoras seguem com uma série de mobilizações. Em Petrolândia, cerca de 200 mulheres do MST ocuparam vários órgãos públicos do município de Petrolândia, INSS, Delegacia de Polícia e a Companhia Energética de Pernambuco (Celpe), na região Sertão de Itaparica há 462 km da capital pernambucana.
Nesta segunda-feira (10), 300 mulheres Sem Terra ocuparam a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba (Codevasf), que fica no município de Petrolina, região Sertão do estado, e mais 250 mulheres marcharam em protesto nas ruas do município de Orocó, região Médio São Francisco.
8 de Março – Em 2014, ao relembrar o dia 8 de março, a Jornada Nacional das Mulheres da Via Campesina tem como objetivo denunciar o capital estrangeiro na agricultura e chamar a atenção da sociedade para o modelo destrutivo do agronegócio, que ameaça tanto o meio ambiente quanto a soberania alimentar e a vida da população brasileira.
Outro objetivo da jornada em Pernambuco é denunciar as ações de violências praticadas contra as mulheres, além da criminalização das lutas populares e da violência que as populações do campo vêm sofrendo em suas lutas pela conquista da terra e do território.
Todos os anos, são milhares de trabalhadores rurais Sem Terra e de famílias camponesas, vítimas das ações de violência do estado e do latifúndio.
Nos últimos 20 anos, 48 pessoas foram assassinadas em conflitos agrários, envolvendo altos índices de famílias despejadas, expulsas de suas terras com agressões, perseguições, prisões e ameaças de morte, sendo que a maioria dos casos de violência contra os camponeses e camponesas sequer chegam a ser julgados pela Justiça.
Só em 2013, de acordo com dados parciais da Comissão Pastoral da Terra (CPT), foram mais de 10 mil famílias envolvidas em situações de conflitos agrários no estado.