Bradesco e Santander lucram R$ 18 bi, mas cortam 7.267 empregos em 2013

O Bradesco e o
Santander lucraram juntos, no ano passado, R$ 17,9 bilhões, mas
fecharam 7.267 postos de trabalho. Conforme análise do Dieese, o
Bradesco lucrou R$ 12,2 bilhões, mas cortou 2.896 vagas. Apenas no
último trimestre do ano passado, o banco fechou 921 postos de
trabalho. E o Santander Brasil, que gerou lucro de R$ 5,7 bilhões
(23% do resultado mundial do banco espanhol), eliminou 4.371 postos
de trabalho. Houve extinção de 957 vagas apenas no quarto
trimestre. Os dois bancos foram os primeiros a publicarem os balanços
de 2013, esta semana. O próximo será o Itaú na terça-feira
(4).

Para a presidenta do Sindicato, Jaqueline Mello, o corte
de vagas nos dois bancos é absurdo e injustificável, já que a
falta de funcionários é visível. “Os bancários estão
trabalhando sobrecarregados e os clientes sofrem com o péssimo
atendimento e com as filas imensas. Em vez de contratar mais
bancários, o Bradesco e o Santander, que estão entre as empresas
mais lucrativas do Brasil, mostram que não têm nenhuma
responsabilidade social e demitem milhares de pais e mães de
família. Vale destacar que, no ano passado, o Brasil gerou 1,1
milhão de novos empregos com carteira assinada. Os bancos,
infelizmente, estão na contramão do país”, destaca
Jaqueline.

Para Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT, o
principal desafio dos bancários em 2014 é lutar contra as
demissões, por mais contratações e pelo fim da rotatividade e das
terceirizações, como forma de proteger e ampliar o emprego. “Os
bancos brasileiros têm a mais alta rentabilidade da economia
brasileira e de todo o sistema financeiro internacional. Cortar
empregos e renda nesse cenário amplamente favorável a eles é
boicotar o desenvolvimento econômico e social do país”, avalia
Cordeiro.

Tarifas e salários – Segundo o balanço do
Bradesco, as despesas de pessoal cresceram 7,2% em 2013, totalizando
R$ 13 bilhões, enquanto as receitas de prestação de serviços mais
a renda das tarifas bancárias cresceram 14%, atingindo R$ 19,5
bilhões. Com isso, o banco cobre as despesas de pessoal com essas
receitas, com um excedente equivalente a 49% (em 2012, esse excedente
foi equivalente a 40,1%).

Já no Santander, as despesas de
pessoal apresentaram queda de 4,5%, chegando a R$ 14,3 bilhões,
enquanto as receitas de prestação de serviços mais a renda das
tarifas bancárias cresceram 10,3%. Com isso, o Santander cobre as
despesas de pessoal com essas receitas, tendo ainda um excedente de
praticamente 70% (em 2012, esse excedente foi de 53,2%).

Expediente:
Presidente: Fabiano Moura • Secretária de Comunicação: Sandra Trajano  Jornalista ResponsávelBeatriz Albuquerque • Redação: Beatriz Albuquerque e Brunno Porto • Produção de audiovisual: Kevin Miguel •  Designer Bruno Lombardi