A greve nacional dos
bancários cresceu nesta sexta-feira 20, em Pernambuco, e atingiu 375
das 602 agências do estado e todos os prédios administrativos dos
bancos públicos e privados (veja quadro abaixo). Ao todo, cerca de
70% dos 12 mil bancários pernambucanos cruzaram os braços neste
segundo dia de paralisação e fortaleceram ainda mais o movimento.
Nos bancos públicos, a greve atingiu 90% dos funcionários, enquanto
nos privados a paralisação chegou a 30%.
Segundo a
presidenta do Sindicato, Jaqueline Mello, a greve deste ano chegou ao
segundo dia no mesmo patamar de paralisação do ano passado.
“Começamos a greve nesta quinta-feira (dia 19) com uma quantidade
de agências fechadas ligeiramente menor que na greve do ano passado.
Mas já no segundo dia conseguimos chegar ao nível da paralisação
de 2012 e a tendência é que mais bancários engrossem o movimento
na segunda-feira. Com isso, a greve em Pernambuco deve superar a de
2012 e se consolidar como uma das maiores dos últimos anos”, diz
Jaqueline.
Para a dirigente, os bancários estão de parabéns
pela greve construída nesses dois dias. “Agora, é manter o pique
e fortalecer ainda mais a greve na segunda-feira, principalmente nos
bancos privados. Só uma greve forte vai quebrar a intransigência
dos bancos, garantir a retomada das negociações e o atendimento das
nossas reivindicações”, diz Jaqueline.
Entre as principais
reivindicações dos bancários para a Campanha deste ano está o
reajuste salarial de 11,93% (5% de aumento real mais inflação
projetada de 6,6%). Os trabalhadores também querem uma PLR
(participação nos lucros e resultados) de três salários mais R$
5.553,15; piso de R$ 2.860,21 (equivalente ao salário mínimo do
Dieese); auxílios-alimentação, refeição, 13ª cesta e
auxílio-creche/babá de R$ 678 ao mês para cada (salário mínimo
nacional); melhores condições de trabalho com o fim das metas
abusivas e do assédio moral; mais contratações e o fim das
demissões para melhorar o atendimento; Plano de Cargos, Carreiras e
Salários (PCCS) em todos os bancos; auxílio-educação para
graduação e pós-graduação; mais segurança; e igualdade de
oportunidades com a contratação de pelo menos 20% de negros e
negras.
Depois de quatro rodadas de negociações, os bancos
apresentaram uma proposta que prevê reajuste de 6,1% (previsão da
inflação pelo INPC) sobre salários, pisos e todas as verbas
salariais (auxílio-refeição, cesta-alimentação,
auxílio-creche/babá etc); PLR de 90% do salário mais valor fixo de
R$ 1.633,94; e parcela adicional da PLR de 2% do lucro líquido
dividido linearmente a todos os bancários. A proposta da Fenaban não
atende a nenhuma reivindicação dos bancários e foi recusada em assembleias realizadas pelos sindicatos em todo o país. As negociações com os bancos estão paradas desde o dia 5 de setembro.
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