“A decisão de aderir
ao movimento é pessoal, mas cabe aos gestores observar o direito à
greve, garantido pela Lei, respeitando a decisão dos empregados que
quiserem participar da paralisação”. A afirmativa é do
presidente da Associação dos Gerentes da Caixa Econômica Federal
(Agecef), Marconi Apolo, em mensagem encaminhada ao Sindicato por
correio eletrônico, nesta quarta-feira, 18.
A orientação de
Apolo é um retorno das discussões realizadas em reunião entre
dirigentes bancários que são empregados da Caixa e a direção da
Agecef e Apcef (Associação de Pessoal da Caixa), na noite da
segunda-feira, 16, na sede do Sindicato. A iniciativa partiu do
próprio Sindicato para uma conversa sobre o posicionamento das
entidades em relação à greve da categoria, que começa nesta
quinta, por tempo indeterminado.
“O Sindicato tem em pauta
o diálogo constante com as duas entidades, que são afins na defesa
dos interesses dos empregados da Caixa, sobretudo no que refere à
Apcef. Nossa preocupação, em particular, é com a postura dos
gestores, que não só dizem que não podem fazer greve, devido ao
cargo, mas chegam a ser agressivos com os bancários que decidem
aderir ao movimento. Daí a iniciativa de ouvir as duas associações,
mas especialmente clarear a posição da Agecef”, explica Anabele
Silva, secretária de Comunicação do Sindicato e empregada da
Caixa.
Sabe-se que é prática comum nos bancos, e não apenas
do setor privado, a pressão sobre os funcionários para que furem
greve. A conduta é anti-cidadania e antisindical, e deve ser
denunciada ao Sindicato (mais
aqui).
No caso dos gestores da Caixa, a Agecef garante que
dará “apoio aos gerentes que quiserem fazer greve”, informou o
presidente Marconi Apolo, que é também diretor da Apcef. Da reunião
participaram, além dele, o vice-presidente de Relações
Trabalhistas da Associação, Etelvino Macedo, o presidente da Apcef,
Paulo Roberto Massetti Moretti, e o presidente do Conselho
Deliberativo da Agecef e do Conselho Fiscal da Apcef, Alex Norat.
Pelo Sindicato, além de Anabele, participaram da reunião a
presidenta Jaqueline Mello, e os diretores Daniella Almeida e
Justiniano Júnior.
Vem pra luta, gerente – Anabele
lembra que a desculpa da “função de confiança” para furar
greve ou pressionar para fazê-lo, não só prejudica o movimento,
como os próprios gerentes: “A função hoje não se restringe à
Gerência Geral, há vários níveis gerenciais. Como nossas pautas
são as mesmas, e para todo mundo, não é justo que gestores não
participem da luta, muito menos que usem a função para coibir o
direito de greve dos demais”, observa a diretora.
Entretanto,
a Agecef ressalva a posição do gerente-geral, que tem dentre suas
atribuições a defesa do patrimônio. E elenca algumas prioridades
na pauta de reivindicações: comissionamento e descomissionamento
com critérios objetivos; Sipon para todos, independentemente de
cargo ou função; e isonomia de direitos entre todos os empregados.