Bancos já pressionam bancários para furar a greve em Pernambuco

A greve dos bancários
ainda nem começou, mas os bancos que operam em Pernambuco já estão
ameaçando seus funcionários e armando esquemas de contingenciamento
para tentar enfraquecer a paralisação. O Sindicato tem recebido uma
série de denúncias que mostram verdadeiras afrontas ao direito de
greve dos trabalhadores praticadas por quase todos os
bancos.

Segundo a secretária de Finanças do Sindicato,
Suzineide Rodrigues, todos os grandes bancos privados estão montando
esquemas de contingenciamento para obrigar os funcionários a furarem
a greve em Pernambuco.

“Os bancos privados estão obrigando
os seus funcionários a entrarem às cinco horas da manhã no
trabalho para evitar a mobilização que geralmente se instala na
porta das agências e departamentos. Muitos gerentes estão
estabelecendo metas de visitas a clientes para que os bancários
trabalhem fora de suas unidades e, assim, evitem a mobilização e,
principalmente, a participação na greve. Muitos gestores,
inclusive, querem que os bancários voltem para a agência às 16h
com a relação dos clientes visitados”, conta.

Suzineide
diz que não são apenas os bancos privados que estão promovendo
essas práticas ilegais com seus trabalhadores. “Temos denúncias
de que o Banco do Brasil pretende transferir, neste período de
greve, cerca de 120 bancários que trabalham no CSO (Centro de
Suporte Operacional) para um cinema desativado no Recife, onde o BB
já instalou cinquenta computadores. Estamos acompanhando de perto
estas denúncias e não vamos permitir que os bancos pressionem os
bancários ou armem esses contingenciamentos para enfraquecer a
greve”, afirma.

Suzi ressalta que os bancários que se
sentirem pressionados pelos gestores ou forem convocados para
participar de alguma contingência procurem o Sindicato pelo telefone
3316-4233.

Greve é um direito legal – A greve é um
direito do trabalhador, previsto na Constituição e regulamentado
pela Lei Nº 7.783/89. É garantida pelo Estado porque é a única
forma de o trabalhador exercer pressão por seus direitos diante de
uma negociação fracassada com o empregador. Em outras palavras, o
direito de greve existe para equilibrar a correlação de forças, já
que o empregador detém o poder econômico. Outro aspecto importante
da Lei de Greve é que ela proíbe ao empregador a dispensa de
trabalhadores ou a contratação de funcionários substitutos durante
a paralisação.

“No caso dos bancários, cada vez que
entramos em greve, os banqueiros fazem de tudo para enfraquecer o
movimento. Uma das estratégias é o contingenciamento, por meio do
qual obrigam os trabalhadores a furar a greve”, comenta Suzineide.
Diz a Lei de Greve: “É vedado às empresas adotar meios para
constranger o empregado ao comparecimento ao trabalho”.

As
instituições financeiras fazem isso de várias formas: realocando
os bancários para outros prédios; mudando o horário de entrada dos
empregados, que muitas vezes são obrigados a iniciar o expediente no
meio da madrugada; ou mesmo alugando helicópteros para transportar
os trabalhadores; sem contar a pressão e ameaça que exercem sobre
funcionários para que não participem do movimento.

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