A Fenaban (Federação
Nacional dos Bancos) apresentou nesta terça-feira, dia 20, os
números de assaltos a agências bancárias neste primeiro semestre.
As estatísticas foram divulgadas durante a retomada das negociações
na mesa temática de segurança bancária, conforme está previsto
na cláusula 31ª da Convenção Coletiva de Trabalho.
Segundo os
bancos, foram 169 assaltos (consumados ou não), incluindo
sequestros, no primeiro semestre de 2013. Significa uma queda de
18,5% em relação às 200 ocorrências no mesmo período do ano
passado. Embora ainda altos, os números são questionados
pelos representantes dos bancários. “Só em Pernambuco, foram mais
de 15 assaltos no primeiro semestre”, ressalta o secretário de
Formação do Sindicato, João Rufino, que participou da
negociação.
Para Ademir Wiederkehr, secretário de imprensa
da Contraf-CUT e coordenador do Coletivo Nacional de Segurança
Bancária, esta redução na violência não é perceptível para os
que trabalham nas agências. “Esperamos que todos os bancos tenham
feito a emissão do boletim de ocorrência de todos os assaltos e
sequestros, como está previsto na mesma cláusula da CCT”, diz.
Mais uma vez, a Fenaban não trouxe números sobre
arrombamentos e os crimes de “saidinha de banco”, alegando
que eles “não envolvem relação de trabalho”. Os
dirigentes sindicais contestaram. “E quanto aos efeitos da
insegurança na saúde mental dos trabalhadores? O índice de
bancários que precisam se afastar por doenças psíquicas
decorrentes de estresse pós-traumático tem crescido a cada dia. E,
para quem já foi vítima de assalto, trabalhar em uma agência que
foi alvo de explosão ou que tem seus equipamentos danificados pela
ação de bandidos é muito tenso”, diz Rufino.
Os
trabalhadores também reivindicaram o fim da guarda das chaves pelos
bancários, que os deixa vulneráveis a sequestros. Os bancos,
entretanto, insistem em manter a situação. A importância de
medidas de prevenção contra a “saidinha de banco”, com
implantação de biombos e outras iniciativas para garantir a
privacidade das operações foi outra demanda dos bancários. A
contratação de mais funcionários para os caixas também foi
apontada como fundamental para reduzir o tempo de espera nas filas,
agilizar o atendimento aos clientes, inibir a observação dos
olheiros e combater a “saidinha de banco”.
Projeto-piloto
em Pernambuco – A boa notícia ficou por conta do agendamento da
primeira reunião do grupo de acompanhamento do projeto piloto de
segurança bancária, implantado nas agências de Recife, Olinda e
Jaboatão.
No dia 23 de setembro, os representantes do
Sindicato, da Contraf-CUT, dos bancos, da Fenaban e do governo do
estado se reúnem no Recife. É quando o Sindicato vai apontar as
divergências e problemas na implantação dos equipamentos previstos
em acordo (leia
mais).
“No projeto-piloto foi definido um prazo de 90
dias para que as agências instalassem os equipamentos previstos,
como porta de segurança, câmeras internas e externas, biombos e
guarda-volumes, sendo que esse período venceu no dia 14 de agosto”,
frisou João Rufino.