Bancários do interior adoecem devido à sobrecarga de trabalho, constata Sindicato

A cada dois meses, as
caravanas do Sindicato ao interior detectam os mesmos problemas nas
unidades bancárias, agravados pela falta de solução por parte dos
bancos: pouco funcionário para muito trabalho, desvio de função,
deficiência na segurança e alto grau de adoecimento entre os
trabalhadores, dentre outras questões. Não foi diferente desta vez,
quando duas equipes dirigentes percorreram o Sertão Meridional e do
Araripe, nas duas últimas semanas, visitando uma centena de agências
e postos de atendimento de diferentes bancos em 45 municípios
pernambucanos.

Adeílton Filho e Gilvan Santana pegaram a
estrada logo no início de agosto; foram a Afrânio, Belém de São
Francisco, Cabrobó, Dormentes, Floresta, Ibimirim, Inajá,
Itacuruba, Jatobá, Lagoa Grande, Orocó, Petrolândia, Santa Maria
da Boa Vista e Tacaratu. Na segunda semana, junto com a diretora
Eleonora Costa, voltaram ao Sertão, desta vez para visitar Afogados
da Ingazeira, Betânia, Brejinho, Calumbi, Carnaíba, Flores,
Iguaraci, Ingazeira, Itapetim, Quixabá, Santa Cruz da Baixa Verde,
Santa Terezinha, São José do Egito, Serra Talhada, Solidão,Tabira,
Triunfo e Tuparetama.

“Voltamos a nos deparar com os
problemas de sempre, o mais grave é o descaso do Santander para com
a saúde de seus trabalhadores e o consequente mau atendimento dos
clientes. Os bancários estão adoecendo, tamanha a sobrecarga de
trabalho”, observa Adeílton.

O diretor exemplifica: em
Floresta, a agência que, teoricamente, tem cinco funcionários, só
tem dois trabalhando e um deles, o chefe de serviço, está operando
no caixa; em Petrolândia, o funcionário da contabilidade fazia as
vezes de caixa, pois “não há reposição de férias nem cobertura
das vagas abertas por transferências ou gente que deixou o banco,
muito menos de quem está doente”, explica.

>> Bancários do interior dão exemplo de disposição para a Campanha Nacional 

Não se trata de
questão isolada. No Sertão do Araripe, os dirigentes Fábio Sales e
Sandra Trajano encontraram situação idêntica nas agências por
onde passaram em Araripina, Bodocó, Cedro, Exu, Ipubi, Mirandiba,
Moreilândia, Ouricuri, Parnamirim, Salgueiro, São José do
Belmonte, Serrita, Terra Nova, Trindade e Verdejante.

“Não
há reposição de vagas no Santander. É política do banco, que
trabalha com um ranking de agências – classes A, B e C, e as do
interior estão no último patamar”, denuncia Fábio Sales, que
coordena a assistência do Sindicato aos bancários do interior.
Segundo ele, o problema é grave, não é restrito a Pernambuco, e é
um dos “cavalos de batalha” do Comissão de Organização dos
Funcionários na mesa de negociação específica com o banco.

Os
problemas não se restringem aos bancos privados, entretanto. Aumento
na demanda de trabalho em contraposição à carência de
funcionários “é questão crucial na Caixa, no Banco do Brasil e
também no BNB”, afirma Fábio Sales. De acordo com ele, as queixas
são as mesmas nas agências dos três bancos nos 15 municípios
visitados e a origem do problema – a falta de reposição de vagas
– também.

Situação igualmente grave a outra equipe
flagrou no BNB de Floresta: funcionários trabalhando à noite,
depois de dar saída no ponto: “É fraude, e pior, não é a
primeira vez. Vamos cobrar da Superintendência do banco a solução,
mas avisamos ao gerente administrativo que, se daqui a dois meses a
gente encontrar o mesmo problema voltamos com Ministério Público do
Trabalho”, afirma Adeílton.

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