Bancários de Pernambuco engrossam Dia Nacional de Luta contra o PL 4330 da Terceirização

Os trabalhadores
brasileiros realizaram uma série de protestos e manifestações em
todo o país nesta terça-feira 6, em mais um Dia Nacional de Luta
contra o Projeto de Lei 4330, que regulamenta a terceirização
fraudulenta e ameaça até mesmo os direitos estabelecidos na
Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Em Pernambuco, o Sindicato
dos Bancários se juntou a outras categorias e realizou um grande
protesto em frente à sede da Fiepe (Federação da Indústrias de
Pernambuco), na Avenida Cruz Cabugá, no Recife.

Segundo a
presidenta do Sindicato, Jaqueline Mello, o alvo dos protestos desta
terça-feira foram os empresários, que possuem maioria no Congresso
Nacional. “Aqui, em Pernambuco, escolhemos os industrias como alvo
dos protestos. Faz mais de um mês que uma comissão formada pelas
centrais sindicais está no Congresso negociando com os deputados e
os empresários para evitar que o PL 4330 seja aprovado da maneira
que está. Mas os empresários seguem irredutíveis e, por isso,
temos de ampliar a pressão para combater este violento ataque aos
nossos direitos”, explica Jaqueline.

Segundo o presidente da
CUT-PE, Carlos Veras, a maioria dos trabalhadores ainda não sabe das
graves consequências caso o PL 4330 seja aprovado tal como está
formulado. Veras explica que o trabalhador poderá ser demitido da
empresa onde trabalha para, depois, ele mesmo ou outro trabalhador
ser contratado por uma terceirizada, com salário inferior ao que
recebia e com direitos reduzidos. “As empresas poderão
funcionar sem nenhum trabalhador contratado diretamente e não ter
responsabilidade se as obrigações trabalhistas não forem cumpridas
pela terceirizada”, alerta o dirigente cutista.

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Ouça reportagem sobre o Dia Nacional de Luta na Rádio dos
Bancários

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Mande
e-mail
para os deputado
s
cobrando a rejeição do PL 4330

Greve no dia 30 – Carlos Veras também avaliou a
mobilização desta terça e convocou os trabalhadores para uma greve
geral nacional que ocorrerá no dia 30 de agosto. “Essa foi uma
atividade realizada em conjunto com as demais centrais sindicais com
grande apoio dos sindicatos filiados à CUT, que compareceram em
massa. Além do protesto aqui em frente à Fiepe, também realizamos
atividades similares em Suape”, explicou.

Para os
sindicalistas, há retrocesso nas propostas do governo e dos
empresários sobre os seis pontos considerados prioritários pelos
trabalhadores: o conceito de atividade especializada; os limites à
terceirização; o entrave para a quarteirização; o significado
dado à responsabilidade solidária (aquela em que a empresa
contratante é responsável por quitar dívidas trabalhistas deixadas
pela terceirizada); o caso dos correspondentes bancários; e a
organização e representação sindical.

Segundo João
Marcelo Lopes, diretor do Sindicato e integrante da comissão que
organizou o protesto, os bancários serão uma das categorias mais
prejudicadas, caso o projeto se torne lei. Por isso, também, a sede
da Febraban, em São Paulo, foi um dos alvos das manifestações,
dentre outras federações patronais Brasil afora.

Em São
Paulo, cerca de 3 mil trabalhadores pararam a Avenida Paulista,
centro do capital financeiro do país, bem na entrada da Fiesp
(Federação das Indústrias do Estado de São Paulo). Em Brasília,
os parlamentares foram recepcionados pelos trabalhadores no aeroporto
na manhã desta segunda-feira (6). Precisamos lutar muito, porque a
Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania da Câmara deve
votar o PL no início da próxima semana. Uma comitiva do Sindicato
dos Bancários de Pernambuco estará novamente na capital federal na
semana que vem para pressionar os deputados e evitar que o PL 4330
seja aprovado”, afirma João Marcelo.

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