Bandidos sequestram mãe e tia de bancário para assaltar o Santander do Cabo

A já imensa carga de
pressão sustentada pelos funcionários do Santander do Cabo dobrou
de tamanho nesta segunda, 15 de julho. No início do dia, o
tesoureiro da unidade foi abordado por bandidos dentro de sua própria
casa. Viu sua mãe e sua tia serem levadas como reféns, enquanto ele
era forçado a esperar na agência pela chegada do carro-forte.

Os
sequestradores tinham informações sobre a movimentação da
agência. Sabiam o valor que seria transportado pelo carro-forte.
Conheciam detalhes da vida de todos os funcionários. Chegaram a
comentar que ele só foi escolhido como vítima porque o gerente
administrativo estava de licença.

No interior da unidade, os
colegas perceberam que havia algo de errado no comportamento do
tesoureiro e, depois de descobrirem o que havia acontecido, ligaram
para a Polícia, que iniciou as investigações. A mãe e a tia do
funcionário foram encontradas no início da tarde.

O
Sindicato visitou a unidade e encontrou os trabalhadores muito
apreensivos. “Vamos entrar em contato com o banco para achar uma
forma de garantir a segurança do pessoal. Os bandidos sabiam
detalhes sobre a vida e a rotina de cada um. Estão todos se sentindo
muito expostos”, afirma o secretário de Saúde do Sindicato,
Wellington Trindade. A agência ficou fechada durante todo o dia e o
Sindicato também solicitou do Santander a presença de um
psicólogo.

Trata-se da sétima tentativa de assalto ou
arrombamento no Santander do Cabo. Em uma destas tentativas, o mesmo
tesoureiro, junto com outros dois funcionários, foi abordado por
bandidos na saída da agência. “Tudo indica que o grupo que
realizou o sequestro de hoje seja o mesmo desta última tentativa,
porque eles citaram fatos ocorridos naquela ação. O pessoal está
com muito medo que eles voltem”, conta o diretor do Sindicato, Luís
Henrique.

Para Wellington Trindade, aquela região do Cabo,
por conta de Suape, cresceu muito e, com isso, a insegurança também
ficou maior. “O banco precisa redobrar a atenção com aquela
unidade que, inclusive, já foi alvo de várias denúncias do
Sindicato por conta das péssimas condições de trabalho”,
diz.

Além da insegurança, os bancários convivem com uma
demanda muito além da capacidade da agência: as filas dão voltas
pelo lado de fora e os trabalhadores são ameaçados diariamente
pelos clientes. Além disso, há problemas de mobiliário, falta de
cadeiras e outros comprometimentos estruturais. “Todo dia, alguém
na agência tem uma crise de choro”, contou um funcionário, com a
voz embargada, em contato com o Sindicato.

O banco, por sua
vez, alega que esta agência será transferida para outro prédio e
que está resolvendo isso com a Prefeitura. “Mas até agora não há
nada concreto e os bancários continuam trabalhando neste estado de
nervos. Se o Santander não tomar providências urgentemente, em
pouco tempo todos os funcionários estarão com a saúde
comprometida”, denuncia Wellington.

Arrombamento – A
agência do Bradesco da Rua da Praia sofreu arrombamento na madrugada
desta segunda, 16. O vidro do passa volumes foi retirado, mas não
foi levada nenhuma quantia ou objeto de valor.  

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