Os bancários do HSBC
paralisaram a agência centro do Recife, nesta terça-feira, dia 25,
em protesto contra as demissões que vêm atingindo os funcionários
em vários países. A agência, localizada na avenida Conde da Boa
Vista, um dos mais importantes corredores bancários da capital
pernambucana, permaneceu fechada até o meio-dia.
O ato do
Recife fez parte do Dia Internacional de Luta na América Latina,
promovido pelos bancários em vários países. Além de cobrar o fim
das demissões, os funcionários do HSBC também exigem melhores
condições de trabalho, mais respeito e valorização.
Segundo
o diretor Sindicato e funcionário do HSBC, Pedro Villa Chan, a
mobilização desta terça também reforçou as principais
reivindicações dos trabalhadores brasileiros (leia mais aqui).
“Os bancários do HSBC realizaram um grande ato no Recife, com
uma paralisação de duas horas numa das principais agências do
banco em Pernambuco. Nosso protesto também engloba questões
relacionadas à falta de funcionários nas agências, melhores
condições de trabalho, plano de cargos e salários decente, bom
atendimento aos clientes e melhorias no plano de saúde. Além do fim
das metas abusivas, que vêm desencadeando sérios problemas saúde
nos funcionários”, explica o dirigente.
>> Ouça
reportagem sobre os protestos na Rádio dos Bancários
Na
avaliação de Pedro Villa-Chan a mobilização foi bastante
positiva.“Realizamos uma atividade muito proveitosa. O Sindicato
fez uma reunião com todos os funcionários da agência Centro sobre
os problemas que enfrentamos no HSBC. Agora que estamos iniciando
mais um processo de negociação com o banco, precisamos estar
mobilizados para lutar e pressionar a empresa. Só assim
conseguiremos ver nossa pauta atendida”, ressalta o
dirigente.
>> Confira as fotos do protesto
Problemas comuns – A mobilização desta
terça-feira foi definida durante a 9ª Reunião Conjunta das Redes
Sindicais dos Bancos Internacionais, realizada nos dias 6,7 e 8 de
maio, em Assunção (Paraguai), promovida pela UNI Américas Finanças
e Comitê de Finanças da Coordenadoria de Centrais Sindicais do Cone
Sul (CCSCS), com apoio da Federação dos Trabalhadores Bancários e
Afins do Paraguai (Fetraban). Na ocasião, os integrantes da rede
sindical do HSBC avaliaram a péssima atuação do banco no Brasil,
México, Argentina e Uruguai (leia mais aqui).
“Durante
este encontro em Assunção, definimos pela convocação do protesto
com o slogan ‘Mexeu com um, mexeu com todos’, porque exigimos
respeito enquanto países, mas também individualmente para cada
trabalhador. Quando se demite um trabalhador do HSBC, esse ato de
violência atinge sua família, a sociedade local e os demais colegas
de trabalho, que ficam sobrecarregados. Esse movimento unitário, que
buscamos construir no Brasil nesta terça-feira, é para darmos um
basta a essa situação”, comenta Alan Patrício, diretor do
Sindicato de Pernambuco e secretário de Assuntos Jurídicos da
Contraf-CUT.
No Brasil, o banco lucrou R$ 1,225 bilhão em
2012, crescimento de 9,6% em relação ao ano anterior. Além disso,
a rentabilidade do HSBC é maior do que qualquer outro país aonde
ele atua. No entanto, o HSBC cobra de seus clientes as taxas de juros
e as tarifas mais altas do mundo. E, mesmo com o lucro gigantesco, a
empresa fechou 1.002 postos de trabalho em 2012 e pratica uma
inexplicável rotatividade de mão de obra.
>> Curta no Facebook as fotos do protesto
O número reduzido
de bancários em função das demissões tem se refletido em filas
nas agências e na piora da qualidade do atendimento. Por este
motivo, as entidades sindicais exigem fim das demissões e da
rotatividade, condições dignas de trabalho, mais respeito, e
valorização dos bancários e clientes.