Sindicato reúne-se com a gerência de RH do Santander

O Sindicato se reuniu
na manhã desta quinta, 23, com a gerente de Recursos Humanos do
Santander, Fabiana Ribeiro, e o assessor Marcos Smitz. O encontro
ocorreu poucas horas antes do ato contra a postura do banco, que vem
recorrendo à Justiça para calar o movimento sindical (leia aqui).

Para Tereza Souza, secretária de Finanças da Fetrafi-NE
(Federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro no Nordeste), o
encontro foi proveitoso, já que indica uma disponibilidade para o
diálogo: “A própria gerente lembrou que há três ou quatro anos
não vinha aqui, no Sindicato. E garantiu que o banco avaliaria
nossas demandas”, disse.

A reunião contou com a presença
de todos os dirigentes sindicais do Santander. Algumas demandas são
bem específicas, como é o caso da situação da agência Cabo. As
condições de trabalho no local são cruéis, os bancários são
ameaçados diariamente pelos clientes por conta da insuficiência de
pessoal e o nível de adoecimento é preocupante. “O Ministério
Público já esteve lá. A Superintendência Regional já esteve lá.
Mas, até agora, os problemas não foram resolvidos”, afirma o
secretário de Administração do Sindicato, Epaminondas Neto. A
gerente de RH garantiu que iria se informar sobre o caso para buscar
soluções.

Outro problema, apontado pelo Sindicato, diz
respeito a reposição de trabalhadores. Segundo a representante do
banco, a política da empresa é, antes de contratar, aproveitar o
pessoal da casa, remanejando funcionários de outras agências. O
problema – retrucou a dirigente da Fetrafi, Tereza Souza – é que
o banco tira funcionário de uma unidade pra colocar, por exemplo, em
uma agência Selecta, e deixa aquela outra desfalcada. Segundo
Teresa, o banco já demitiu mais de 860 trabalhadores até abril, em
todo país.

Este fato foi denunciado na reunião bem como a
norma do banco que exige atestado médico expedido apenas pelos
médicos do trabalho conveniados. “Acontece que estes médicos não
atendem na hora. Se ocorre qualquer emergência, o trabalhador tem de
marcar a consulta para dias depois. E, caso a doença já tenha sido
curada no dia da consulta, leva falta. A gente levantou esta
preocupação, mas permaneceu sem resposta. A gerente apenas disse
que era uma norma do banco”, conta Epaminondas.

Se, por um
lado, a despreocupação com a saúde dos trabalhadores fica evidente
com esta norma, a gerente de RH demonstrou preocupação com a
quantidade de CATs (Comunicações de Acidente de Trabalho) expedidas
pelo Sindicato.

Os representantes dos trabalhadores fizeram
questão de explicar, passo a passo, como é feita a emissão do
documento, após laudo médico. A representante do banco, por sua
vez, garantiu que o Santander emitia, sim, CAT após ocorrência de
assalto e o Sindicato vai cobrar esta garantia. “Se o número de
CATs está alto, eles deveriam se preocupar menos em investigar como
o Sindicato emite estes documentos e mais em conhecer as condições
de trabalho nas agências, entender o porquê deste nível de
adoecimento, e investigar a qualidade de seus exames e avaliações
periódicas”, questiona Epaminondas.

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