Os bancários do
Santander realizaram nesta quinta-feira, 23, um Dia Internacional de
Luta contra as práticas antissindicais do banco espanhol. Em
Pernambuco, os protestos atingiram as agências da Caxangá, Boa
Viagem e da avenida Agamenon Magalhães. O objetivo do ato foi
protestar contra a estratégia do banco de entrar com ações
judiciais contra os sindicatos para tentar calar o movimento dos
trabalhadores.
O secretário de Administração do Sindicato
e funcionário do Santander, Epaminondas Neto, conta que há um mês
o banco ajuizou uma série de processos contra vários sindicatos e a
Contraf-CUT (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo
Financeiro) pedindo indenização por danos morais.
“O
banco ingressou com essas ações depois que os sindicatos realizaram
um Dia Nacional de Luta, em 11 de abril, em protesto contra as
demissões, as metas abusivas e o assédio moral (leia aqui).
Na ocasião, distribuímos uma carta aberta à população
denunciando as mazelas do Santander. Por conta desta carta, o banco
acionou a Justiça acusando as entidades sindicais de ‘promoverem a
edição de notícias inverídicas e comentários difamatórios’.
Ora, todas as denúncias contidas no material dos sindicatos são
verdadeiras, o Santander é um banco que explora seus funcionários e
clientes. Não vamos admitir esta tentativa de nos calar e, por isso,
realizamos este protesto internacional, com o apoio de bancários de
vários países da América Latina”, explica Epaminondas.
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Apesar
da gravidade do assunto, os protestos desta quinta-feira em
Pernambuco foram marcados pelo bom-humor. Com o rosto pintado estilo
Charlie Chaplin, os bancários compararam a tentativa do Santander
calar o movimento sindical aos filmes mudos do século passado. Os
trabalhadores ainda usaram mordaças e algemas para denunciar a
truculência do banco. O diretores do Sindicato também entooaram,
durante os protestos, uma paródia da música Cálice, de Chico
Buarque.
Segundo a secretária de Finanças da Fetrafi-NE
(Federação dos
Trabalhadores do Ramo Financeiro no Nordeste), Tereza
Souza, que é
funcionária do Santander, a Contraf-CUT já está tomando as medidas
judiciais cabíveis contra a truculência do banco. “Também
estamos intensificando a mobilização dos bancários para defender a
liberdade de expressão do movimento dos trabalhadores. Em vez de
apostar no diálogo, o Santander tenta nos calar, e isso não vamos
aceitar de jeito nenhum”, afirma Tereza.
Emprego –
Durante os protestos, o Sindicato aproveitou para denunciar as
demissões promovidas pelo Santander, que dispensou 1.153
funcionários e cortou 975 empregos só no final do ano passado. Já
nos primeiros quatro meses deste ano, o banco espanhol dispensou 878
funcionários, principalmente coordenadores. Esse número, embora
parcial, supera o total de 765 desligados nos primeiros quatro meses
de 2012, conforme dados do Caged do Ministério do Trabalho e
Emprego.
“Vale lembrar que só nos primeiros três meses
deste ano o Santander lucrou R$ 1,5 bilhão no Brasil, o que
representa 26% do resultado mundial do banco. É por isso que
exigimos, além de respeito, a valorização dos funcionários”,
conclui Epaminondas.