Macrosetor da Indústria: trabalhadores querem maior distribuição de renda, igualdade e cidadania

O encontro começou nesta segunda-feira (29), no Recife Praia Hotel,  zona Sul do Recife, reunindo mais de 30 sindicalistas vinculados à base cutista dos metalúrgicos, químicos, construção civil, tecelões, gráficos, borracha e bebidas.O secretário-geral da CUT-PE, Paulo Rocha, coordenou os trabalhos de abertura do evento que contou com as presenças do presidente da  Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT (CNM/CUT), Paulo Cayres, da coordenadora geral da Confederação Nacional dos Químicos (CNQ/CUT), Lu Varjão, do secretário-adjunto de formação da CUT Nacional, Admirson Junior (Greg), do presidente da CUT-PE, Carlos Veras, do presidente do Sindicato dos Tecelões, Hernan Francisco,  da vice-presidente do Sindicato dos Gráficos, Lidyane Araújo e do coordenador do Sindbeb, Severino Martins. A iniciativa da CUT de Pernambuco foi muita elogiada pelos participantes, cujo objetivo é o fortalecimento das CUTs estaduais junto aos seus sindicatos do ramo.

O presidente da CUT-PE, Carlos Veras, destacou que o crescimento econômico deve estar ligado ao desenvolvimento social, igualdade e distribuição de renda. Além disso, o encontro visa aproximar os trabalhadores e os sindicatos que atuam nesse segmento, reestruturar ações, principalmente no Complexo Portuário de Suape, para enfrentar os desafios futuros.  Segundo ele, o encontro é um importante passo para unificar as bandeiras de lutas dos sindicatos de trabalhadores do ramo industrial e articular ações coletivas “Precisamos de mais união, mobilização e atitude para transformar a realidade do setor industrial. Queremos o crescimento econômico alinhado com os investimentos em políticas públicas em áreas como a saúde, educação, lazer, cultura, esportes, para atender as famílias dos trabalhadores”, pontuou.

Crescimento e desenvolvimento econômico – O presidente da  Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT (CNM/CUT), Paulo Cayres, disse que  é fundamental essa discussão pelo peso da movimentação industrial, na região de Pernambuco – principalmente no polo de Suape. “ Infelizmente, o crescimento do estado não  é proporcional ao respeito dos direitos dos trabalhadores. A importância disso é trabalhar e fazer com que os trabalhadores entendam que a região está crescendo e se sinta parte disso – essa é uma das importâncias”, ressaltou. Segundo ele, a partir de Pernambuco articular toda a região Nordeste que hoje, no ponto de vista da indústria, não é mais periférico. Inclusive a região de Goiana está para receber a Fiat, que é uma montadora. “Queremos que não migrem só os empregos, os preços, os carros, etc. Mas que migrem, também, os salários e condições de outras regiões – no ABC, por exemplo. Isso está focado, fundamentalmente, na organização do local de trabalho e nas democratizações das relações de trabalho – que hoje não existe, pois as empresas se instalam e criam uma espécie de “ditadura””, enfatizou Cayres.

Já a coordenadora da CNQ/CUT, Lú Varjão comentou que  encontro é extrema importância. Não só para o ramo químico, mas também para todos os seguimentos dentro da CUT. “ A CUT-PE sai na frente com essa discussão, porque nós já realizamos um encontro do Macrossetor nacional e, também, discutimos diversas demandas. Hoje, a CUT-PE dá esse ‘pontapé inicial’.  Nós, do ramo químico, temos aqui grandes sindicatos importantes – nessa cadeia temos petróleo, borracha, minério, químicos. É um desafio não apenas para a CUT Pernambuco, mas para todo movimento sindical cutista no país”, assinalou Lu Varjão.”, frisou.

Distribuição de renda, igualdade e cidadania – Por sua vez, o palestrante professor e pesquisador José Henrique Artigas, da Universidade Federal da Paraíba, afirmou que o Estado de  Pernambuco é o que mais cresce no Brasil, que mais concentra investimentos industriais. No entanto, apresenta uma série de problemas de ordem social e trabalhista que cabe aos trabalhadores organizados enfrentar ao lado do governo e dos empresários. Hoje, a participação dos trabalhadores ainda é tímida, por isso, discutir mais sobre as pesrepctivas de futuro da classe trabalhadora numa forma integrada numa plataforma de desenvolvimento com equidade e distribuição de renda.

De acordo com Artigas, Pernambuco se destaca no cenário nacional como um dos maiores centros de desenvolvimento econômico do Brasil , sendo considerada com a ““China brasileira”, porque apresenta um crescimento rápido e consistente que as demais regiões. Porém,  esse bom desempenho da economia estadual não se reflete nos salários, nas condições de trabalho e na distribuição de renda para os trabalhadores. Ele acrescentou ainda que existe um desafio histórico para o Brasil em todos os momentos de desenvolvimentista. “O pais cresce economicamente, mas não distribui renda e quando distribui, não garante cidadania para todos e políticas sociais. Dinheiro compra bens, mas não compra direitos. Uma coisa é aumentar a renda, outra é garantir cidadania. Cidadania nãa se compra co  dinheiro, mas só se conquista com luta” afirmou.

Em verdade, “transformar crescimento econômico em bem-estar para todos é o grande desafio enfrentado pelos diversos países e suas comunidades, na redução das desigualdades existentes nas sociedades nacionais e entre elas”. O crescimento econômico,  refere-se ao desenvolvimento da economia de um pais, baseado na produção interna e externa (PIB e PNB) nacionais. Desenvolvimento sustentável é o desenvolvimento que atende as necessidades da população sem comprometer as futuras gerações, ou seja, um desenvolvimento econômico equilibrado e estável.

O 1º Encontro do Macrosetor da Indústria prossegue neste terça (29), quando os sindicalistas se unirão às demais categorias na comemoração antecipada do Dia do Trabalhador,com a realização de uma passeata  pelo centro do Recife. A manifestação, promovida pela CUT-PE, acontecerá a partir das 14h, com concentração na sede da Fetape. A passeata percorrerá a Rua Gervásio Pires, Conde da Boa Vista e Rua da Aurora, terminando na Assembleia Legislativa de Pernmbuco (Alepe). No ato estarão presentes os trabalhadores do campo, da cidade, da iniciativa privada e do serviço público.

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