O Sindicato reintegrou mais três bancários nesta terça, quarta e
quinta-feiras, 16, 17 e 18 de abril. Michelly Rodrigues, Arnaldo
Gondim e Joel Mendes têm duas coisas em comum: foram todos demitidos
entre o final do ano passado e início deste ano e são portadores de
doença ocupacional. Suas histórias mostram exemplos de dedicação
não recompensada. “Como vários outros bancários, eles
comprometem a própria saúde pelo trabalho e foram descartados pela
empresa”, opina o secretário de Saúde do Sindicato, Wellington
Trindade.

Arnaldo Gondim, por exemplo, tem uma história de 28
anos de dedicação ao Bradesco. Era gerente geral da agência Ilha
do Leite: sua quarta gestão no cargo. Seu bom relacionamento com a
equipe e com os clientes e os bons resultados da agência não
garantiram sua valorização. No dia 15 de fevereiro, ele foi
descartado pelo Bradesco.

Arnaldo era funcionário exemplar.
Às vezes, seus polegares travavam enquanto contava as cédulas. Ele
sentia dor, mas assim que conseguia destravá-los, voltava a executar
seu ofício. Trabalhava com crise de coluna, com dores nas
articulações. “Nos exames periódicos, eu falava sobre alguns
destes sintomas… mas nunca procurei um médico. E nunca deixava de
trabalhar”, conta.

Quando foi dispensado pelo banco,
Arnaldo se sentiu perdido. “Eu estava me recuperando de um momento
difícil: tinha acabado de perder um irmão. Felizmente, os colegas
me orientaram para que eu corresse atrás de meus direitos”, diz o
bancário.

O Sindicato não homologou a demissão e o
encaminhou ao INSS, que reconheceu o acidente de trabalho. A Justiça,
por sua vez, garantiu a reintegração, que foi realizada nesta
quarta, 17. Arnaldo continua de licença até dia 30 e, depois disso,
será submetido a nova perícia médica.

Histórias
semelhantes – As histórias de Joel e Michelly não são muito
diferentes. Ambos são do Santander, portadores de doença
ocupacional. Michelly já reclamara várias vezes de seu estado de
saúde e o próprio médico do banco, no exame demissional, a
considerou inapta. Mas o Santander preferiu passar por cima da Lei e
manter a demissão, realizada no final de novembro, depois de 15 anos
de serviços prestados. Michelly foi reintegrada aos quadros da mesma
agência, a Veneza-Conde da Boa Vista, nesta terça-feira, 16, mas
permanece de licença pelo INSS.

Joel, por sua vez, era
funcionário de destaque na agência de Afogados, onde exercia a
função de gerente de contas. Muito querido pelos colegas e
clientes, ele foi descartado pelo banco na leva de dezembro, quando o
Santander demitiu mais de mil bancários no Brasil. Portador de
necessidades especiais, ele ajudava o banco a cumprir a cota legal
para contratação de pessoas com deficiência. Foi demitido após
sete anos de serviços prestados. Vítima de doença ocupacional, ele
teve as lesões reconhecidas pelo INSS e a Justiça garantiu sua
reintegração nesta quinta-feira, 18.

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