Trabalhadores do setor terciário unificam ações

O
Sindicato está participando, nesta terça e quarta, 12 e 13 de
março, do Encontro do Macrossetor de Comércio, Finanças, Serviços
e Logística. Promovido pela CUT – central Única dos
Trabalhadores, o objetivo é articular as diversas categorias,
definindo problemas comuns e uma agenda unificada de ações.
Encontros semelhantes já foram realizados nos setores da Indústria
e Serviços Públicos; e deve ocorrer também entre os trabalhadores
rurais.

Participam do encontro 450
delegados, dos quais 65 são bancários. O Sindicato foi representado
pela presidenta Jaqueline Mello e pela secretária de Finanças,
Suzineide Medeiros. Além deles, a delegação pernambucana inclui os
diretores do Sindicato, Alan Patrício, secretário de Assuntos
Jurídicos da Contraf/CUT (Confederação dos Trabalhadores do Ramo
Financeiro) e Expedito Solaney, secretário de Políticas Sociais da
CUT; além da representante da Fetraf/NE (Federação dos
Trabalhadores do Ramo Financeiro no Nordeste), Teresa Souza.

Para
Jaqueline, é cada vez mais necessário que se estabeleça conexões
entre os trabalhadores, já que existem muitos problemas comuns. “A
rotatividade, a terceirização, extrapolação de jornada e
precarização de direitos não são exclusivos do ramo financeiro”,
ressalta a presidenta. Estas são, portanto, algumas das pautas
prioritárias do setor terciário, que envolve mais de dez
categorias, entre os quais funcionários do comércio, serviços,
transporte, ramo financeiro, vigilantes, comunicação, saúde e educação
privadas, serviços sociais.

Entre
as demandas está a aprovação da Convenção 158 da OIT –
Organização Internacional do Trabalho, que proibe demissões sem
justa causa, e a redução da jornada sem redução de salário, que
foram eixos presentes na Marcha a Brasília.

O
setor terciário, desde os anos 80, tem crescido rapidamente:
enquanto a indústria foi responsável por 26,3% do PIB (Produto
Interno Bruto) do país e a agricultura por 5,2%, o setor terciário
respondeu por 68,5% do PIB. Apesar disso, o que se evidencia é a
precarização nas relações de trabalho.

Segundo
estudo do Dieese (Departamento Intersindical de Estatísticas e
Estudos Sócio-Econômicos), de 95 a 2004, houve queda acentuada na
remuneração em todos os ramos do macrossetor. Embora a situação
tenha melhorado nos últimos anos, com garantia de ganhos reais acima
da inflação, as condições de trabalho estão muito abaixo do
lucro obtidos pelos empresários.

O
encontro vai definir uma agenda comum e criar fóruns e grupos de
trabalho. Também será elaborado um documento, a ser entregue ao
governo federal. A proposta de organização e funcionamento do
macrossetor será definida nesta quarta, após os trabalhos de grupo
e plenárias.

Nesta
terça, foram duas mesas de debate. A primeira, sobre Crise Econômica
Internacional, economia brasileira, emprego e relações de trabalho
no setor terciário, com os professores Antônio Corrêa (PUC-SP) e
Anselmo Luís dos Santos (Unicamp) e mediação de Luís Nassif. A
segunda, sobre o estado como indutor do desenvolvimento e agente
regulador, com os representantes do BNDES e MDIC e mediação de
Paulo Henrique Amorim.

Expediente:
Presidente: Fabiano Moura • Secretária de Comunicação: Sandra Trajano  Jornalista ResponsávelBeatriz Albuquerque • Redação: Beatriz Albuquerque e Brunno Porto • Produção de audiovisual: Kevin Miguel •  Designer Bruno Lombardi