O
Sindicato realiza na próxima terça-feira, dia 29, reunião com os
bancários do Banco do Brasil para discutir o novo plano de funções
comissionadas, que a empresa pretende implantar na segunda-feira sem
qualquer diálogo com o movimento sindical. O objetivo do encontro é
esclarecer as dúvidas sobre o novo plano, que até agora não foi
apresentado pelo BB, e discutir todos os pontos com os advogados do
Sindicato. A reunião será às 19h, no auditório do Sindicato (Av.
Manoel Borba, 564, Boa Vista, Recife).
A presidenta do
Sindicato, Jaqueline Mello, ressalta que os bancários não devem
assinar nenhum documento de adesão ao novo plano nos próximos dias.
“A comissão dos funcionários do BB vai se reunir com o banco na
segunda-feira para conhecer os pontos do novo plano, feito
unilateralmente sem nenhuma negociação com os sindicatos.
Orientamos aos bancários que esperem o desenrolar desta história
nos próximos dias para, juntos, avaliarmos se é interessante ou não
migrar para o novo plano”, destaca Jaqueline.
O
secretário-geral do Sindicato, Fabiano Félix, que é funcionário
do BB, diz que a reunião de terça-feira será de extrema
importância para organizar e defender os bancários contra eventuais
problemas do novo plano. “Independentemente desta reunião, o
Sindicato está à disposição dos bancários durante todo o período
de implantação do novo plano de funções do banco, tanto para
defendê-los com ações judiciais como também para buscar acordos
individuais e extrajudiciais caso a CCV (Comissão de Conciliação
Voluntária) seja aprovada quando for apresentada pelo banco”,
explica.
Fabiano conta que, por causa da falta de negociação
e transparência do Banco do Brasil, os funcionários estão sendo
bombardeados com uma série de boatos e desinformações que podem
prejudicar os trabalhadores. “Reafirmamos que nem o Sindicato tem
conhecimento dos detalhes do plano, que não foi negociado ou
discutido com a gente. Esperamos ter todas as informações até
terça-feira para, aí sim, fazer um debate com conhecimento de causa
e decidir que atitude tomaremos diante do novo plano do BB”,
diz.
Falta de
transparência – Faz duas
décadas que os sindicatos de bancários lutam para garantir a
jornada correta de 6 horas para os funcionários dos bancos, prevista
pela CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas). Nos últimos anos,
os sindicatos ampliaram esta luta e, graças à pressão, o Banco do
Brasil colocou no papel o compromisso de implantar, até 31 de
janeiro deste ano, a jornada de 6h para comissionados na Campanha
Nacional 2012, encerrada em setembro passado.
Na última
terça-feira, dia 22, o Sindicato e Contraf-CUT se reuniram com o
Banco do Brasil para cobrar explicações sobre o novo plano. O BB,
no entanto, apresentou apenas as premissas do projeto, demonstrando
mais uma vez desrespeito para com os bancários. “O banco se negou
a discutir o plano com os sindicatos, alegando que não negocia
questões de gestão. É uma postura absurda, já que o BB aposta na
desinformação e no tumulto. O objetivo da nossa reunião de terça
é socializar todas as informações para que os bancários possam
decidir seu futuro de forma clara e segura”, finaliza Fabiano.
As
premissas do plano – Sem
dar detalhes ou esclarecer dúvidas, o
banco apenas informou as premissas do plano
de funções comissionadas, na reunião realizada com o Sindicato na
última terça. As informações são as seguintes:
>
Assegura que os bancários não terão prejuízo.
> Haverá
regras sobre o que é o trabalho do comissionado de 6 e 8 horas.
>
Manterá funções com a jornada de 8 horas.
> A adesão
será voluntária para o público-alvo das funções de 6 horas.
>
A adesão não será voluntária onde o BB entende ter fidúcia (ou
seja, todas as demais funções que ele deixar fora da jornada de 6
horas).
> As funções do plano antigo que viraram funções
de 6 horas serão extintas.
> Em relação ao passado,
passivo trabalhista, a questão poderá será tratada de forma
extrajudicial nas bases onde houver Comissão de Conciliação
Voluntária (CCV).
> O BB afirma que não irá alterar as
dotações porque haverá mais “eficiência operacional”.
>
O plano terá um período de acompanhamento para ver a necessidade de
ajustes.
> Haverá uma central de atendimento interna para
esclarecer dúvidas nos casos particulares dos funcionários.
>
O BB está mudando todo o quadro de funções, inclusive naquelas que
entende ser de 8 horas. Todas as funções terão descrição
específica sobre elas. O banco migrará automaticamente os
comissionados de 8 horas para as novas nomenclaturas, que terão seis
dias para dar o ‘de acordo’. Aqueles que não quiserem migrar, serão
descomissionados.
> Sobre a Ditec, o banco informou que
também haverá reestruturação. A Ditec terá um incremento de 230
cargos, sendo 150 de níveis gerenciais, trazendo oportunidades de
encarreiramento.
> O banco reafirmou que não vai negociar
a jornada de trabalho do plano e as funções.