Esta quinta, 6 de
dezembro, é dia de mais uma paralisação nas Centrais de Suporte
Operacional e Logístico do Banco do Brasil (CSO e CSL). Durante uma
hora, os funcionários dos dois setores cruzam os braços em protesto
contra a reestruturação anunciada pelo banco, que transfere para o
Sudeste serviços importantes que hoje são realizados em Pernambuco.
A exemplo do que aconteceu na semana passada, a ordem é vestir preto
e denunciar os prejuízos que as mudanças podem gerar para o
Nordeste. O protesto começa às 10h.
Nesta quarta, dia 5, o
Grupo de Trabalho formado pelos delegados sindicais e pelo Sindicato
se reuniu novamente para discutir a reestruturação. Segundo os
bancários, o processo de migração dos serviços vem sendo
realizado sem qualquer planejamento por parte do banco. “As
primeiras mudanças, que estavam previstas para acontecer na Bahia,
agora serão feitas em Alagoas. Isso mostra que não há qualquer
planejamento nesta reestruturação”, diz o secretário-geral do
Sindicato, Fabiano Félix.
Outro alvo de críticas é a falta
de transparência e a ausência de critérios nos processos de
nomeações. No serviço de combate a fraudes, por exemplo, que passa
a ser centralizado em Recife, há denúncias de que alguns
escriturários cujos nomes estavam em posições no final da listagem
foram favorecidos em detrimento de outros mais bem
classificados.
Também na nomeação dos assistentes, há
denúncias de que estão sendo privilegiados os bancários que não
têm ação contra o banco. “O Sindicato vai apurar estas denúncias
e cobrar uma posição do banco”, afirma Fabiano.
Cresce
a mobilização – Na semana passada, a paralisação realizada
nos dois setores repercutiu na mídia. Os três grandes jornais de
Pernambuco deram destaque à paralisação, que também foi muito bem
divulgada pelas rádios e sites. O assunto também entrou na agenda
de vários parlamentares, que fizeram pronunciamentos e pediram a
realização de audiências públicas. Em xeque, os prejuízos que a
transferência de alguns serviços podem gerar para a região
Nordeste.
É o caso da mudança da área que presta serviço
de concessão de crédito, que deve ser transferida para Belo
Horizonte. Com isso, as empresas pernambucanas terão mais
dificuldades para adquirir financiamentos pelo Banco do
Brasil.
Atualmente, o CSO do BB em Pernambuco realiza cerca de
23 mil operações de crédito por ano, irrigando pequenas e médias
empresas com mais de R$ 2,05 bilhões. “Os bancários pernambucanos
conhecem como ninguém as peculiaridades do Nordeste. Se a
reestruturação do Banco do Brasil vingar, serão os bancários do
Sudeste, a 2,5 mil quilômetros de distância, que analisarão e
aprovarão a concessão de crédito para os pernambucanos”, explica
Fabiano.