Sindicato realiza novo protesto contra horário estendido no Itaú

A decisão unilateral
do Itaú de implantar o horário estendido de atendimento ao público
provocou uma série protestos e paralisações de bancários em todo
Brasil nesta quarta-feira 5, em mais um Dia Nacional de Luta. Em
Pernambuco, o Sindicato realizou uma série de manifestações nas
principais agências do Itaú no Recife.

Durante a atividade,
os dirigentes sindicais distribuíram um jornal específico no qual
explica para os empregados do banco e para população em geral os
problemas do horário estendido. “Os
funcionários estão sendo obrigados a fazer hora extra para se
adequar ao novo horário do banco, com medo de demissões e por
autoritarismo dos gestores. Muitos chegam a trabalhar dez horas por
dia, sem receber nada de hora extra. Tem gente abandonando faculdades
ou deixando os filhos em tempo integral em creches para se adequar ao
novo horário de atendimento do Itaú”, explica
Wellington Trindade, secretário de Saúde do Sindicato e empregado
do Itaú.

Pelo
projeto do Itaú, as agências localizadas nos shoppings passaram a
abrir das 12h às 20h. Nos corredores, as agências têm agora quatro
horários diferentes: 8h às 16h, 9h às 16h, 11h às 18h e 11h às
19h. Hoje são 450 agências que esticaram o expediente ao público,
muitas delas no Recife. O objetivo do banco é chegar a 1.500
agências com horários ampliados em todo o país.

“Vale
destacar que o Sindicato não é contra a ampliação do horário de
atendimento. Nós, inclusive, já apresentamos proposta aos bancos
para estender o funcionamento das agências das 9h às 17h. Mas, para
isso, é preciso criar dois turnos de trabalho, contratar mais
bancários e investir em segurança. Sem isso, não admitimos a
ampliação do horário de atendimento”, destaca Wellington,
lembrando que a segurança das agências também fica mais
fragilizada com o novo horário. “As duas agências que estão com
o horário estendido na avenida Agamenon Magalhães, por exemplo, já
foram alvo de assaltantes. O Sindicato até já paralisou as duas
unidades, junto com os bancários, para protestar contra esta decisão
ditatorial do banco (leia mais aqui)”,
completa Wellington.

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Ouça reportagem sobre o protesto na Rádio dos Bancários

Apoio
dos clientes –
Além da participação dos trabalhadores, a
solidariedade dos clientes foi fator de destaque nas unidades
vistadas pelo Sindicato durante as manifestações desta quarta. A
demora e as precárias condições de atendimento nas unidade do Itaú
estavam entre as principais reclamações dos clientes.

É o
caso da comerciante Raquel Lopes, que esperava pelo atendimento na
fila preferencial da agência Capibaribe em pé como uma criança no
braço. “É um absurdo porque só tem três cadeiras para as
pessoas sentarem. A gente, com criança de colo, tem de ficar de pé
o tempo todo. Já faz um tempão que eu estou aqui esperando e o
atendimento é sempre assim, devagar. Não só nessa agência como as
outras também”, disse Raquel.

Pelos mesmos motivos
reclamava o aposentado Amaro Tavares: “O atendimento é precário.
A gente passa muito tempo numa fila, em pé, sem ser atendido. Só
tem um caixa aqui. E, quando somos atendidos, o bancário ainda tem
de nos oferecer empréstimos e um monte de outras coisa que a gente
fica sem saber o que fazer. É um banco pior do que o outro. Não há
condição de um idoso num dia como hoje vir ao banco”, comentou o
aposentado.

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