Diogo Nogueira lança coletânea sobre pai e faz show no Recife

“O samba é samba em qualquer lugar”, disse sorrindo o cantor Diogo Nogueira em entrevista ao G1,
no Recife, terra famosa pelo frevo e maracatu, mas que também está se
rendendo a este gênero brasileiro. O artista está em dose dupla na
capital pernambucana. Nesta quinta-feira (29), lançou, na Livraria
Cultura do Shopping RioMar, o “Sambabook João Nogueira”, uma coletânea
sobre a obra do pai. No sábado (1°), faz show no Baile Perfumado, com
pitadas latinas, apresentando o novo álbum, “Ao Vivo em Cuba”.

Diogo Nogueira conversou com G1 antes de lançamento de obra sobre pai (Foto: Luna Markman/ G1)

Carioca, 31 anos, casado, pai, flamenguista, bom jogador de futebol,
admirador da escola de samba Portela, nove tatuagens. Esses são detalhes
de uma vida pessoal que ficou meio em segundo plano há cinco anos,
quando Diogo Nogueira decidiu investir na carreira musicial. Mas a
relação com a música é antiga, está no sangue. “Foi meu pai quem me
apresentou ao samba, logo cedo”, disse.

De 2007 para cá, o artista já gravou cinco CDs e três DVDs, que
venderam mais de 500 mil cópias. Participou de 35 projetos especiais,
como o CD e DVD “Samba Social Clube”, o CD e DVD “O Baile do Simonal”,
trilhas de novelas, entre outros trabalhos. Também virou apresentador do
programa “Samba na Gamboa”, que vai ao ar semanalmente pela TV Brasil.

Sambabook – A
visita ao Recife foi para divulgar o “Sambabook João Nogueira”, uma
homenagem à obra de seu pai. O projeto conta com CD duplo, DVD, Blu-Ray,
um fichário com 60 partituras originais e um livro com uma
discobiografia. A ideia partiu após um show, no interior de São Paulo,
quando Diogo discutia novos projetos com o empresário Afonso Carvalho.
“Pensamos até em lava-jato, padaria”, brincou.

Foi difícil para o artista escolher as músicas do vasto repertório do
sambista João Nogueira. Ele teve ajuda da irmã Clarice nesse processo.
Alcione, Zeca Pagodinho, Lenine, Djavan, Marcelo D2 e Dudu Nobre são
alguns intérpretes convidados. “Eu gosto de tudo dele. Pensei em cada
música, qual se encaixaria com qual cantor. E ele é meu pai, foi muita
emoção fazer essa produção. Ele era muito presente, amigo, me levava
para todos os lugares”, lembrou.

Agora, Diogo Nogueira anda só. Mas, por onde vai, consegue lotar casas
de shows. Para o Recife, ele trará o repertório do “Ao Vivo em Cuba”,
lançado em agosto deste ano, onde canta músicas clássicos da MPB, em
versões inéditas, com toques calientes de salsa e rumba, de
Jorge Ben Jor, Chico Buarque, Gonzaguinha, Djavan, Ivan Lins, Martinho
da Vila e, claro, João Nogueira. A mais pedida do pai é “Espelho” – onde
o velho João lembra da relação com o pai, músico profissional que o
apresentou aos acordes e tons brasileiros.

Samba e salsa – O
álbum gravado em Havana, no fim de 2011, partiu de um convite para um
show no país caribenho. Ele passou quatro dias na cidade. “Cuba é um
país isolado, mas tem um povo muito carinhoso. Visitei escolas, uma
santeria onde conheci a rumba e músicos de lá. Eles me receberam como um
filho, quero voltar lá”, disse. Essas impressões viraram um
documentário, atrelado ao disco da apresentação, que registrou o
encontro do samba com a salsa dos cubanos do Los Van Van na faixa “El
Cuarto de Tula”.

No set list, “Verdade Chinesa” (Carlos Colla/Gilson), “Que Maravilha ”
(Toquinho/Jorge Ben Jor), “Madalena” (Ivan Lins/Ronaldo Monteiro),
“Tanta Saudade” (Djavan/Chico Buarque), “O que é o que é” e “É”, ambas
de Gonzaguinha, e “Ex-Amor” (Martinho da Vila). Diogo Nogueira,
inclusive, disse que acabou de gravar o mesmo projeto, “Sambabook”, em
homenagem a Martinho da Vila, que deve ser lançado no início de 2013.

Artista segura discobiografia com partituras de João Nogueira (Foto: Luna Markman/ G1)


Samba e frevo
– O show começa após a meia-noite, para
alcançar o dia 2 de dezembro, oficialmente o Dia Nacional do Samba.
“Acho importante essa celebração. Cada ritmo deveria ter o seu”,
comentou. Diogo Nogueria diz que conhece o frevo, pois já cantou no
carnaval pernambucano. Mas não conhece ainda muito bem a festa, porque
sempre foram passagens rápidas – mas ele afirma que até gostaria de
brincar no bloco Galo da Madrugada
.

Em
2013, ele desfilará pela escola de samba paulista Águia de Ouro, que
renderá homenagem a João Nogueira. “Eu fiz o samba-enrendo, junto com
outros compositores. Acho mais fácil compor samba-enredo, pois tem uma
sinopse para orientar, mas esse, especialmente, foi difícil, porque há
muito que se falar do meu pai, tentei pegar os principais fatos”,
explicou.

Diogo Nogueira também não foi ao Morro da Conceição, na Zona Norte da
cidade, reduto do samba no Recife. “Conheço Gerlane Lops, Belo Xis.
Ainda não tive tempo de conhecer outros sambistas daqui, mas me falaram
que a cena é forte. E, para mim, samba é samba em qualquer lugar, não
muda se é feito no Rio, em São Paulo, aqui, tem o mesmo carisma, a mesma
magia”, opinou.

Baile Perfumado – O show no Baile Perfumado será a chance de Diogo Nogueira conhecer
também a cantora e compositora Karynna Spinelli, que abre a noite. Ela
deixa um pouco de lado seu trabalho autoral e apresenta o show “Uma
Noite Clara”, em homenagem a Clara Nunes, que foi uma das grandes
intérpretes de João Nogueira. “Logo após o meu nascimento, ela morreu.
Mas sei que ela era uma grande amiga do meu pai, viviam juntos. Ele
escreveu canções especialmente para ela”, comentou.

Entre as apresentações, quem anima o público é o DJ 440, que mantém há
quatro anos o projeto Terça do Vinil, em Olinda. No repertório, música
brasileira, e principalmente samba.

Serviço:

Diogo Nogueira + Karynna Spinelli + Dj 440.
Lançamento do Cd e Dvd Diogo Nogueira Ao Vivo em Cuba e
Comemoração do dia Nacional do Samba.
Sábado (1°), 23h – abertura da casa às 21h
Baile Perfumado
Ingressos: R$ 80 (pista inteira), R$ 40 (pista meia) e R$ 500 (mesa
para quatro pessoas), à venda nas lojas: Avesso, Chilli Beans,
Passadisco e em domicílio pelo telefone: 3082.2830

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