O Posto de Atendimento
do Itaú na Odebrecht, em Suape, foi alvo de assalto pela segunda vez
em menos de um ano. Desta vez, o gerente operacional da unidade foi
interceptado e feito refém a caminho do trabalho, próximo à praia
de Gaibu. Três bandidos entraram em seu carro e foram com ele até o
posto, onde o assalto foi consumado. Com esse caso, sobe para 24 o
número de ocorrências este ano: oito a mais que no ano passado
inteiro.
Em maio deste ano, a mesma unidade do Itaú sofreu
outra investida. Quatro homens armados entraram sem dificuldades no
local e renderam o vigilante. O banco colocou mais um vigilante e
instalou circuito de câmera. Mas não há portas com detector de
metais, biombos ou cabines para os seguranças. Além disso, o local
é insalubre: o espaço é pequeno e, em dias de pagamento, vira um
verdadeiro inferno. Para ir ao banheiro, os funcionários precisam
usar os externos da Odebrecht.
O gerente sequestrado foi
mantido, durante todo o trajeto, sob a mira dos bandidos, que também
afirmaram que sua família estaria como refém. O carro entrou sem
dificuldades pela guarita de entrada de Suape e, quando o assalto foi
consumado, o posto ainda não estava aberto para atendimento. Além
do gerente, uma outra funcionária trabalha no local e está
gestante. Chegando ao trabalho, ela foi recebida pelos
assaltantes.
O Sindicato visitou o local e o gerente de Postos
de Atendimentos garantiu que seria prestado atendimento psicológico
às vítimas. “O local não tem nenhuma segurança. Quando chegamos
ao local, havia tantos policiais ao redor dos funcionários que mal
pudemos conversar com eles. Mas deu pra perceber que estavam muito
tensos. Voltaremos ao local para acompanhar e garantir que seja
prestada assistência psicológica de fato”, afirma o diretor do
Sindicato, Luís Henrique.
O Sindicato alerta quanto a
importância de que, nestes casos, os bancários procurem a entidade
para expedir a CAT (Comunicação de Acidente de Trabalho). “O
banco recusa-se a emitir o documento já que é ele que vai atestar,
caso o bancário venha a sofrer algum dano futuro, que a doença é
fruto de acidente de trabalho. E o número de distúrbios psíquicos
por conta de assaltos tem crescido muito entre os bancários”,
afirma o diretor do Sindicato, Onésimo Reinault que, junto com Luís
Henrique, visitou a unidade.