O Sindicato volta a se
reunir com a Fenaban nesta terça-feira, dia 2, para a assinatura da
nova Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), válida até 31 de agosto de
2013. A solenidade será realizada às 17h, no Hotel Maksoud Plaza,
em São Paulo.
Depois de dois meses de negociações e uma
forte greve que agitou o país inteiro, a assinatura da nova
Convenção Coletiva coloca um ponto final em mais uma Campanha
Nacional vitoriosa (clique aqui para ver as conquistas da
greve).
Para a presidenta do Sindicato, Jaqueline Mello, o
resultado positivo da Campanha Nacional deste ano foi garantido
graças à mobilização e pressão dos bancários, mas também por
conta da estratégia adotada desde 2004 pela categoria, que uniu em
torno de uma mesma pauta de reivindicações os funcionários dos
bancos públicos e privados.
“Até 2003, quando as
negociações eram divididas, os bancários enfrentavam muitas
dificuldades, especialmente nos anos 90, durante o governo FHC. Os
funcionários dos bancos públicos, por exemplo, ficaram a década
toda praticamente sem reajuste, enquanto os colegas dos bancos
privados conseguiam aumentos que muitas vezes não repunham nem a
inflação. O BB, Caixa e BNB retiraram muitos direitos. Graças à unidade dos bancários,
consolidada em 2004, garantimos o mesmo reajuste para todos, sempre
acima da inflação, ampliamos nossos direitos, como a cesta alimentação para os bancos públicos, e melhoramos
significativamente a nossa PLR”, conta Jaqueline, que participa da solenidade de assinatura da Convenção em São Paulo.
Com a estratégia da
unidade, os bancários conquistaram aumento real de salários em
todas as campanhas nos últimos nove anos. Os ganhos
acumulados acima da inflação somam 16,22% entre 2004 e 2012. No
piso da categoria, o aumento real no período já soma 35,57%, valorizando o
salário inicial da carreira.
O
presidente da Contraf-CUT e coordenador do Comando Nacional dos
Bancários, Carlos Cordeiro, diz que a assinatura da CCT é um ato de
celebração depois de mais uma campanha vitoriosa. “Os bancários
deram outra prova de sua capacidade de mobilização e de unidade,
fundamentais para a conquista de novos avanços para a categoria,
como o aumento real pelo nono ano consecutivo, valorização do piso
e PLR maior, além de melhorias na saúde, segurança e igualdade de
oportunidades. Este ano o acordo se reveste de uma simbologia
especial, uma vez que estamos completando 20 anos da assinatura da
primeira Convenção Coletiva, conquista história dos bancários que
é hoje parâmetro para todos os trabalhadores dos outros setores”,
afirma Cordeiro.

Mais dinheiro na economia – A
campanha dos bancários contribui muito com a distribuição
de renda no Brasil. O que a mobilização dos trabalhadores conseguiu
arrancar dos bancos significa incremento anual de cerca de R$ 7,6
bilhões na economia nacional – levando-se em conta o reajuste de
7,5% nos salários, 8,5% nos vales refeição e alimentação, além
da PLR.
O valor é 6% superior ao da campanha de 2011, de
acordo com projeção feita pelo Departamento Intersindical de
Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Desse montante, R$
4,9 bilhões são referentes ao pagamento da PLR. Assim, R$ 2,3
bilhões já devem ser distribuídos na antecipação, nos próximos
dias. As diferenças salariais anuais dos bancários vão levar à
economia R$ 2,4 bilhões, sem contar os reflexos em FGTS e
aposentadorias.
Outro montante que deve inundar de dinheiro
restaurantes, lanchonetes e supermercados são as diferenças nos
auxílios refeição e alimentação, que devem ter impacto anual de
R$ 407 milhões na economia.
“Os bancários estão de
parabéns por mais esta campanha vitoriosa. Só quem participou da
greve sabe das dificuldades que enfrentamos. Foram nove dias de
paralisação nos bancos privados e na Caixa e dez no Banco do Brasil
e no Banco do Nordeste. Mas, no final, conseguimos quebrar a
intransigência da Fenaban graças à mobilização e grande parte
das nossas reivindicações foram atendidas”, diz Jaqueline.