Adiado fim dos correspondentes nas agências

O Conselho Monetário Nacional (CMN) adiou pela terceira vez o prazo para
os bancos retirarem correspondentes de dentro das agências. A
resolução, de dezembro de 2011, determinava que isso acontecesse em 1º
de janeiro de 2012, mas os prazos foram adiados para 4 de abril e depois
para 1º de novembro. Agora os bancos têm até 1º de março de 2013 para
se adequar à norma.


Os correspondentes que funcionam nas agências ou postos de atendimento
são, em geral, prestadores de serviços contratados pelos bancos para
vender operações de crédito consignado.


Para o Sindicato, essa situação é um exemplo gritante da forma
deturpada como os bancos usam os correspondentes. “Eles foram criados,
na década de 1970, com o objetivo de atender localidades distantes, com
dificuldades de acesso aos serviços bancários. Mas hoje, além de estarem
do lado ou a poucos metros dos bancos, eles estão dentro das agências”,
destaca o diretor executivo do Sindicato Ernesto Izumi.


O dirigente lembra que os correspondentes têm aumentado em ritmo
acelerado, principalmente nos grandes centros urbanos, onde também está o
maior número de agências. Dados do próprio Banco Central apontam um
aumento de 106,4% no total de correspondentes no país em apenas um ano
(maio de 2011 a junho de 2012). Só no estado de São Paulo, com maior
número de agências e postos de atendimento, o crescimento no período foi
de 122,4%.


“A bancarização é importante, mas as instituições financeiras usam os
correspondentes para diminuir seus custos e aumentar seus lucros. Ao
invés de contratar mais bancários, apostam em correspondentes, cujos
funcionários têm direitos e salários menores que os da categoria.
Trata-se de uma ameaça ao emprego bancário”, diz Ernesto.


Ele acrescenta que a questão dos correspondentes deve ser discutida com
a sociedade em uma conferência pública sobre o sistema financeiro, uma
das reivindicações da categoria.

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