O Hospital da Restauração (HR) será obrigado a
contratar mais enfermeiros. A decisão da Justiça Federal, publicada no
Diário Oficial da União na última quinta-feira (6), foi tomada devido à
ação do Conselho Regional de Enfermagem de Pernambuco (Coren-PE). No
mês passado, foi constatado que, só para a sala de recuperação
pós-anestésica e o bloco cirúrgico, serão necessários mais 103 novos
profissionais da área.
O HR tem até seis meses
para se adequar e obedecer à determinação. Caso não cumpra, terá que
pagar uma multa de R$ 500 por dia. A assessoria do hospital declarou que
a direção ainda não tomou nenhum posicionamento porque não recebeu a
notificação oficialmente.
A fiscalização do
Coren verificou que a quantidade de enfermeiros do hospital é
insuficiente. Segundo a presidente da entidade, Simone Diniz, a falha no
número de enfermeiros do HR prejudica o atendimento aos pacientes.
“Essa deficiência traz sérios problemas à população. Menos profissionais
significa mais pacientes em risco”, contesta.
O
cálculo do déficit é baseado em uma fórmula com parâmetros que podem
sofrer adequações locais, de acordo com a realidade financeira e
epidemiológica da instituição, como o número de pacientes graves.
Hoje,
o HR tem, aproximadamente, 480 funcionários, mas o número total de
profissionais necessários apenas será divulgado depois de uma análise
completa da situação do hospital.
Em tempo – A
CUT-PE destaca essa importante vitória do Coren que, ao lado do
Sindicato dos Enfermeiros de Pernambuco lutam contra a privatização das
unidades de saúde da rede pública, através das organizações sociais e
fundações, da terceirização dos contratos de trabalho dos profissionais
que atuam nesse setor. Defendemos sim a valorização profissional dos
enfermeiros, com a realização de concurso público, plano de cargos,
carreira e vencimentos e condições de trabalho adequadas para o
exercício profissional nas unidades de saúde da rede pública. A saúde
que queremos passa pelo fortalecimento do caráter público do SUS, de
modo que possamos ter um sistema 100% público e estatal, sem a
participação/intervenção do setor privado às custas da saúde da grande
maioria da população.